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Ônibus deixam de circular em BH após empresa alegar 'colapso', e usuários são pegos de surpresa

Empresas alegam colapso financeiro, que acabou prejudicando a compra de óleo diesel

13/01/2022 08h53
Por: Redação

Por Itasat

Motoristas de braços cruzados e usuários desavisados e prejudicados. Este é o cenário em Belo Horizonte nesta quinta-feira (13), após a suspensão da circulação de 108 ônibus na capital mineira. As empresas alegam colapso financeiro, que acabou prejudicando a compra de óleo diesel, por falta de verba.

Na Estação Diamante, na região do Barreiro, onde normalmente chegam as linhas alimentadoras, nenhum dos coletivos que atendem a Viação TransOeste circularam na manhã desta quinta. 

Vários pontos de ônibus estão lotados e muitos usuários alegam que não sabiam da suspensão das linhas. Os passageiros buscam outras alternativas, como aplicativos de mobilidade e ônibus metropolitanos, para chegar aos seus compromissos. 

Barreiro

Na Estação Diamante, pelo menos nove linhas alimentadoras da TransOeste não estão em circulação. São elas: 303, 304, 305,309, 310, 311, 313, 314 e 3250. 

Agentes da BHTrans estão no local e orientam os passageiros. Os usuários que precisam ir para bairros da região do Barreiro têm a catraca liberada pelos agentes para pegar ônibus de outros municípios que passam em Belo Horizonte e circulam pelos bairros. 

“Eu iria para o bairro Teixeira Dias e não encontrei nos pontos de ônibus ou aqui na Estação Diamante o coletivo 314. O pessoal da BHTrans, muito gentilmente, está autorizando nossa passagem para outro setor da estação onde a gente consegue pegar algum ônibus de outra cidade da região metropolitana que também passa lá”, relata o auxiliar de caixa Alfredo Elias Santana, de 36 anos.

Outra alternativa dos passageiros tem sido recorrer aos aplicativos de transporte. “É mais caro, mas se eu não pegar vou chegar atrasada. O que deixa a gente indignado é que pelo menos com a greve a gente estava sabendo antes que não tinha ônibus, mas hoje essa situação aí está confusa e os empresários não avisaram nada nos pontos de ônibus ou nas estações Barreiro e Diamante”, desabafa Arlete Silva, gerente de loja, de 22 anos.

Alexandra Gomes pegaria a linha 314 e descobriu que o ônibus não estava circulando ao chegar na estação. “Agora é pegar outro e andar mais ou então desembolsar e pagar Uber, bem mais caro, e às vezes nem compensa. Você sai de casa para fazer um extra, ter um rendimento maior, e acaba tendo prejuízo”, lamenta. 

A adesivadora Thaís Duarte, de 26 anos, conta que muitos ônibus nem mesmo param nos pontos, pois estão lotados. “Liguei para o meu patrão [e disse] que infelizmente não tem como eu ir. Se houver um milagre eu vou, se não tiver como eu vou ficar aqui até ter uma solução. É complicado porque infelizmente a gente depende do transporte. Não tenho dinheiro para pagar Uber, só tenho cartão BHBus, não tenho outra escolha.”

Na garagem da Viação TransOeste, que também fica no Barreiro, centenas de ônibus estão parados. Nenhum coletivo saiu do estacionamento nesta quinta-feira, por falta de combustível. Alguns motoristas foram até o local, mas estão de braços cruzados. 

Reunião com a prefeitura

O prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), se reúne, nesta quinta-feira (13), com representantes do Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH). A reunião está marcada para as 14h no Centro Integrado de Operações (COP), no bairro Buritis.