Por Itasat
Os ônibus que não rodaram nesta quinta-feira (13), em Belo Horizonte, por falta de combustível, devem voltar às ruas na sexta-feira (14). Conforme o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belo Horizonte (Setra-BH), que representa as empresas de ônibus, outra companhia que integra o Consórcio vai fornecer óleo diesel, em caráter emergencial, à TransOeste.
A empresa, que opera linhas que atendem, principalmente, moradores da região do Barreiro alegou problemas financeiros e anunciou que não tinha como custear o combustível para colocar os veículos para circular.
Nesta quinta-feira (13), o prefeito de Belo Horizonte, Alexandre Kalil (PSD), se reuniu com representantes do Setra e anunciou que iria ao Ministério Público tentar desbloquear R$ 4,3 milhões para garantir a operação das duas empresas que alegaram problemas financeiros.
Segundo o prefeito, o recurso consta no contrato assinado pelas concessionárias e funciona como uma espécie de "depósito-caução" para ser utilizado em situações de emergência.
"Nós temos um dinheiro que é retido do Setra, que é o FGE. Ele está na prefeitura, mas não podemos usar. De acordo com o contrato, ele é para ser usado justamente em momentos de desequilíbrio. Isso é contratual. Estamos nos encaminhando para o Ministério Público, por uma questão de segurança e transparência. Se o MP estiver de acordo, vamos retomar as linhas amanhã", afirmou Kalil em entrevista coletiva.
Em nota, o Setra afirmou que já solicitou, junto às concessionárias, em setembro do ano passado, o acesso ao FGE, sigla para Fundo Garantidor do Equilíbrio Econômico-Financeiro do Contrato, que foi negado pela BHTrans.
O sindicato alega que não houve reajuste anual obrigatório no preço da tarifa nos anos de 2017, 2019, 2020 e 2021, que o preço do óleo diesel subiu cerca de 70% no ano e que o número de passageiros caiu pela metade em decorrência da pandemia, causando prejuízos às empresas.
Nesta sexta-feira (14), o Ministério Público vai mediar uma audiência entre a prefeitura, o Setra e a Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) para buscar uma solução para o problema do transporte público da capital mineira.
Sem serviço
Passageiros ficaram sem transporte ontem, principalmente na região do Barreiro, e a falta de informações provocou irritação e longas filas nos pontos.
A Itatiaia acompanhou, durante todo o dia, a situação dos passageiros. O armador Gilberto Dutra madrugou no ponto e não conseguiu ônibus.
"Eles passam lotados, é uma sacanagem, não param. Avisaram (da paralisação) em cima da hora. A gente fica chateado porque não consegue chegar no serviço, minha empresa vai cortar meu dia se eu não for", reclama.
“Eu iria para o bairro Teixeira Dias e não encontrei nos pontos de ônibus ou aqui na Estação Diamante o coletivo 314. O pessoal da BHTrans, muito gentilmente, está autorizando nossa passagem para outro setor da estação onde a gente consegue pegar algum ônibus de outra cidade da região metropolitana que também passa lá”, relata o auxiliar de caixa Alfredo Elias Santana, de 36 anos.