Por Itasat
A Covid em disparada nesse início de ano não vai provocar colapso no sistema de saúde justamente porque a vacinação impede que a doença evolua para casos graves e mortes. Esse é o diagnóstico do secretário de Saúde de Minas, Fabio Bacheretti, em entrevista.
Por isso, também é improvável que o comércio e serviços sejam fechados, como ocorreu no início da pandemia, quando ainda não havia vacina.
"A vacina se mostra completamente eficaz em casos graves e óbitos. estamos longe de qualquer fechamento ou superlotação do sistema de saúde", afirma.
A preocupação do Estado, diz Bacheretti, é que a ômicron é uma variante mais transmissível, então pode provocar muitos afastamentos de funcionários de todos os setores ao mesmo tempo, ainda que apenas com sintomas leves. Isso pode prejudicar a economia.
"Quando falei em colapsar os serviços não é só o serviço de saúde em si. É a falta de mão de obra. O que acontece com a ômicron é muita gente com sintoma adoecendo ao mesmo tempo, mas são pessoas leves, sem grandes casos graves. A questão é que essas pessoas não podem trabalhar. Nós estamos vendo vários cancelamentos de voos no mundo inteiro, daqui a pouco motoristas de ônibus, médicos, enfermeiros estão pegando a doença. A questão é faltar mão de obra para serviços essenciais, por precisar afastar e isolar por estar com Covid, não porque estão graves precisando ocupar leitos. Não é colapso do sistema de saúde por excesso de pacientes", explica.
O secretário também destacou que hoje menos de 20% dos leitos CTI em Minas estão ocupados por pacientes com covid, o que comprova a eficácia da vacinação.
"Chegamos a ter no estado mais de 2.800 leitos pra Covid, temos ainda próximo de 2.100 leitos. A maioria dos pacientes que interna, temos hoje mais de 300, entram como suspeitos mas não vão ser Covid. Se mandar muito leito vai faltar para outras doenças. Então a gente consegue, nesse momento com a vacinação, fazer essas manobras com mais facilidade".
O secretário espera que o pico de casos se dê no fim de janeiro.
"Esse pico é um pico rápido. Daqui a uma ou duas semanas a gente bate esse pico e já começa a descer e nós vamos acompanhando a ocupação de leitos. Não há nenhuma expectativa de fazermos algo semelhante do que vivenciamos em março do ano passado, na onda roxa".