Por Itasat
Moradores próximos a área de mineração da AngloGold em Santa Bárbara, na região Central de Minas, estão preocupados com a operação da empresa na região. Segundo o Movimento pela Soberania Popular da Mineração, o avanço da extração de ouro da AngloGold tem comprometida as nascentes da região do Santuário do Caraça e todo o abastecimento de água de Santa Bárbara. Além disso, os moradores estão convivendo com uma quantidade enorme de poeira e tem percebido rachaduras em suas casas por causa da operação da empresa.
De acordo com o biólogo Luiz Paulo Siqueira, militante do MAM, além dos danos ambientais, a AngloGold não informa os reais riscos de um eventual rompimento das barragens da empresa e do talude de pilha de rejeitos localizado acima das comunidades de São Gonçalo Brumal e Barra Feliz, em área de drenagem próxima ao Rio Conceição.
“Além dessa relação conflituosa do secamento de nascentes, da contaminação de metais pesados seja na água, no ar, no solo, as comunidades agora estão enfrentando um novo problema, que é a instabilidade do depósito de rejeitos sapé na mina do Córrego do Sítio I. A empresa não tem veiculado para a comunidade, ela isolou toda a área, tem proibido os trabalhadores de circular na região e tem adotado algumas ações emergenciais. A questão é tão séria que a AngloGold suspendeu operação de ouro ali próximo a região, desativou o refeitório e toda a área administrativa que tinha abaixo do depósito de rejeitos, mas não deu nenhum informe a comunidade. É um depósito enorme, que se ele de fato desmoronar vai destruir aquela região e vai chegar até o Rio Conceição.”
O MAM diz ainda que os riscos já foram comunicadas ao Ministério Público de Minas Gerais e o governo estadual.
Em nota, a mineradora AngloGold diz que atua de forma responsável com as comunidades, respeitando os recursos e as legislações vigentes. A empresa ressalta ainda que todas as barragens continuam seguras e estáveis e que o diálogo com as populações que moram próximas às operações é constante.