Por Itasat
O Ministério Público vai analisar até abril o pedido de suspensão do edital do Rodoanel protocolado pelas prefeituras de Contagem e Betim e também por deputados. O pedido entregue em reunião do Ministério Público com os deputados Rogério Correia, deputado federal pelo PT, e Beatriz Cerqueira, deputado estadual também pelo PT, é justificado pelos políticos por denúncia de impactos ambientais, número grande de pessoas que seriam desapropriadas e denuncia de secretários que fazem parte de empresas que integram um grupo que vai participar da licitação da obra.
O projeto pretende aliviar o trânsito no Anel Rodoviário e construiria uma estrada cortando várias cidades. A previsão é que fique pronto em 2030.
O Rogério Corrêa fala sobre o documento entregue na reunião e os problemas apontados pelos deputados. “Nós apresentamos um documento muito potente, fazendo várias perguntas em relação ao Rodoanel que nós chamamos de ‘Rodominério’ porque vai ajudar muito mais as mineradoras do que ajudar o povo de Belo Horizonte e região metropolitana do ponto de vista de locomoção. Existem outras hipóteses, o metrô que está paralisado, o próprio Rodoanel próprio que já existe, então, sinceramente, gastar cinco bilhões do acordo da Vale e de outra empresa que irá privatizar e cobrar pedágio não parece uma solução viável. O governador (Romeu Zema) não escutou o município de Betim, de Contagem, prefeitos que são contra, a Assembleia Legislativa que é contrária.”
Já deputada estadual Beatriz Cerqueira diz que serão apresentadas alternativas para substituir a construção do Rodoanel em Minas. “Vamos apresentar, aprofundando a discussão na Assembleia, alternativas, uma delas é a reforma do atual Anel Rodoviária. Existem estudos feitos que demonstram a viabilidade desta alternativa, além da questão do metrô. A gente retoma as discussões na Assembleia exatamente demonstrando a viabilidade da reforma e o quanto é equivocado essa insistência do governo Zema em atacar municípios, áreas de preservação ambiental e a população fortemente atingida, além de termos depois um dos mais caros pedágios do Brasil.”
Em resposta a reunião, o secretário da Infraestrutura de Minas, Fernando Marcatto, negou que há falta de diálogo. “Durante mais de um ano o governo discutiu com a sociedade civil, deputados, com a iniciativa privada, com deputados, o traçado do Rodoanel. Tanto é que para a alça Sul-Sudoeste o estado promoveu alterações a pedido da sociedade civil. Da mesma forma se reuniu constantemente com as cidades, fez as alterações, os próprios municípios foram contemplados com essas alterações. Alguns pedidos não foram possíveis serem atendidos porque após uma avaliação feita pelo Estado, por exemplo, a proposta de Betim, custava um bilhão a mais. Com relação a Assembleia e aos deputados, a Comissão de Mobilidade Metropolitana emitiu um parecer favorável ao traçado do estado, então a gente acredita que esse diálogo ocorreu.”