Por Itasat
Foi retomada no início da manhã desta quinta-feira (17), a busca por 35 pessoas que estariam desaparecidas após um temporal em Petrópolis, no Rio de Janeiro, que matou mais de 100 pessoas. Mais de 300 pessoas estão desabrigadas na cidade, e vários pontos do centro estão bloqueados e as aulas da rede pública foram suspensas.
Muitas pessoas perderam familiares, amigos e vizinhos. Outras, por coincidência ou não, conseguiram escapar de serem diretamente afetados. É o caso do servidor público Maicon Campos, que precisou sair de casa justamente no momento em que sua residência, que fica no Morro da Oficina, foi soterrada.
“Tive um livramento de Deus. Eu fui buscar meu filho na creche no Centro de Petrópolis. A casa foi atingida, mas não tinha ninguém nela. É um choque. É difícil ver o que aconteceu com os vizinhos. A gente vê que a vida é um sopro”, explicou Maicon Campos.
Já o motorista Vágner Almeida está com uma tia e duas primas desaparecidas. Elas também moram no Morro da Oficina, que foi o local que mais teve vítimas do temporal. “Quem tem fé sabe que só Deus mesmo para ter piedade pela alma. Só ele mesmo para salvar. A gente fica nessa ansiedade para encontrar, e depois ver o que fazer”.
Dezenas de moradores da cidade estão ajudando aos outros em necessidades emergenciais. É o caso da empresária Denise Lobo Viana. Ela conta que não aguentou ficar parada vendo as pessoas nas ruas precisando de ajuda. “Estamos recebendo muita ajuda. O brasileiro tem isso, ele quer ajudar. Enchemos o carro, fomos para a rua. Vimos cenas chocante. Pessoas desesperando por água e comida”.
SITUAÇÃO DE MOMENTO
Até o início desta manhã, foram confirmadas 104 mortes. O Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) preparou uma lista com os nomes de mais de 30 desaparecidos.
Mais de 20 pontos de deslizamento foram registrados em toda a cidade. Apenas no morro da Oficina, no Alto da Serra, um dos locais mais atingidos, dezenas de casas foram soterradas. Há ainda casos de pessoas que foram levadas pelas cheias nas ruas.
Mais de 300 pessoas tiveram que deixar suas casas e estão acolhidas em abrigos ou casas de parentes e amigos.
O governador do Rio de Janeiro, Cláudio Castro, afirmou que essa foi a pior chuva da região desde 1932. Outros desastres já ocorreram na serra fluminense. Em 1988, foram 134 mortos em Petrópolis. Em 2011, 918 pessoas morreram e outras dezenas desapareceram na região serrana, principalmente em Nova Friburgo e Teresópolis.