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Invasão

Radioatividade em Chernobyl é impossível de controlar após invasão russa

Soldados russos manipularam material radioativo na usina dos laboratórios durante a invasão

14/04/2022 10h09Atualizado há 3 anos
Por: Redação

Por Itasat

As autoridades ucranianas não conseguiram restaurar as instalações de monitoramento de radioatividade em Chernobyl, no norte da Ucrânia, onde soldados russos criaram uma rede subterrânea quando ocuparam o local do pior acidente nuclear de todos os tempos. 

"O sistema de monitoramento do nível de radioatividade na área proibida ainda não está funcionando", informou o diretor da agência estatal responsável pela área proibida de Chernobyl, Evgen Kramarenko.

"Os servidores que administram essa informação desapareceram (...) não podemos dizer se (a área) é completamente segura", acrescentou, durante uma videoconferência acompanhada pela AFP. 

"Enquanto a eletricidade não for restabelecida, e os funcionários não tiverem autorização das Forças Armadas para acessar os postos de controle de radioatividade, não podemos avaliar os danos sofridos", explicou. 

No dia 10, foi divulgado que as forças russas que ocuparam Chernobyl roubaram substâncias radioativas dos laboratório que poderiam ser letais, conforme a agência estatal de gestão da zona de exclusão que rodeia a antiga usina nuclear. As forças russas ocuparam a central de Chernobyl no primeiro dia da invasão da Ucrânia, em 24 de fevereiro, e permaneceram mais de um mês nesta zona altamente radioativa, antes de se retirarem em 31 de março

Kramarenko disse ainda que "os ocupantes russos fizeram escavações em vários lugares" de Chernobyl, onde ocorreu o acidente nuclear, em abril de 1986.

"Eles enterraram equipamentos pesados, criaram trincheiras e até montaram cozinhas subterrâneas, barracas e fortificações", descreveu, alertando que "uma dessas fortificações fica perto de um local para depósito temporário de resíduos radioativos". 

O Exército russo tomou a central nuclear no primeiro dia da ofensiva de Moscou contra a Ucrânia, em 24 de fevereiro, e se retirou no fim de março, conforme as autoridades locais. 

Soldados russos sentirão, "muito em breve", os efeitos da radiação, advertiu Kramarenko. "Alguns em um mês, outros, em anos", completou.