Por Itasat
Moradores de Itabira, na região central de Minas Gerais, estão preocupados com o anúncio da Vale de que as operações na cidade devem finalizar daqui a oito anos. Já o poder público trabalha para diversificar a economia. Neste ano, a mineradora, que nasceu em Itabira, completa 80 anos de existência e trabalhos no município. A Vale destacou sobre a exaustão, ou seja, o esgotamento do minério em Itabira na bolsa de valores em Nova Iorque. A reportagem da Itatiaia foi até o município para ouvir a população.
Para Rita Gregório Soares, que mora na cidade, o possível encerramento dos trabalhos da empresa pode trazer reflexos negativos. “Muita gente desempregada, como é que vai que vai viver, né?”, disse.
Aposentado, José Rodrigues permanece trabalhando no ramo da construção civil e teme que isso também afete o serviço prestado. “Pra mim também é pior. Muita gente precisa de um emprego, eu forneço pra eles, aí acabou. Sem dinheiro… quem vai trabalhar pra mim não vai receber”, contou. Ele também acredita que a solução seria trazer duas novas indústrias fortes para a cidade.
O empresário José Wilson Campos destacou que a renda em Itabira pode ser impactada, mas alega que pode obrigar o município a procurar outras formas de negócio. “Uma empresa ampla pode impactar muito comercialmente por questão da renda, né? Do salário do pessoal, a tendência até a cidade se adaptar de novo leva um tempo. É aquela coisa que sempre fala, né? Quando você tem, você às vezes não procura. Falta a gente achar métodos para alavancar outras coisas em Itabira”, afirmou.
O consultor de relações institucionais da Associação dos Municípios Mineradores de Minas Gerais, Waldir Salvador, explicou que o fim da operação da Vale em Itabira terá diversos impactos negativos. “Menos arrecadação, menos impostos, menos royalties, menos empregos e uma dificuldade enorme, já que Itabira é uma cidade de excelente qualidade de vida, pode ter que diminuir essa qualidade de vida, se ela não conseguir alternativas principalmente para o sustento dos cofres público municipais”.
A cidade onde nasceu Carlos Drummond de Andrade, que é habitada por cerca de 121 mil pessoas, já começa a procurar alternativas para diversificar sua economia. O prefeito de Itabira, Marco Antônio Lage (PSB), destaca quais medidas o Executivo municipal está adotando.
“Nós estamos fazendo exatamente isso, preparando essas vertentes. O polo universitário, o polo médico, agro, o turismo, sobretudo, porque Itabira é uma cidade literária, cidade do Carlos Drummond de Andrade, e tem uma zona rural belíssima, que, seguramente, pode ser explorada de maneira sustentável para um turismo ecológico, um turismo que envolva a comunidade de uma maneira correta. Nesse sentido, estamos trabalhando para estruturar, para criar todas as bases do desenvolvimento sustentável da cidade”.