Com Itasat
A Comissão de Seguridade Social e Família, da Câmara dos Deputados, aprovou nesta quinta-feira (2), a realização de uma audiência pública para debater a comercialização de uma boneca Barbie transgênero.
O requerimento para realização de uma audiência pública sobre o assunto é do deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), que é vice-líder do governo na Câmara, além de ser pastor e integrante da bancada evangélica. Segundo ele, o objetivo da audiência é debater "as implicações psicossociais em crianças em decorrência da versão da boneca Barbie com órgão sexual masculino".
Na justificativa para pedir a aprovação de uma audiência sobre o assunto, de Paula afirma que o lançamento da Barbie transgênero "incorre num liberalismo teratológico que servirá para confundir as crianças sobre a natureza dos gêneros masculino-feminino, pois mulheres e homens são diferenciados pela própria natureza".
"À guisa de promover inclusão social, a Mattel afronta a realidade e cria, na verdade, um cenário agressivo às meninas que querem brincar com uma boneca-menina", diz trecho do requerimento.
"Cabe lembrar que o aspecto trans é uma opção tardia, feita geralmente na fase adulta. Portanto, no devido tempo do desenvolvimento a pessoa terá acesso à realidade da existência dos transexuais e agirá, caso receba boa educação, com o respeito que se deve a todos, independente da opção que escolha. Não havendo a necessidade de expor nossas crianças a tal e desnecessária experiência", continua o deputado.
'Barbie trans'
A 'Barbie trans' foi desenvolvida em maio deste ano e está à venda nos Estados Unidos. O brinquedo deve chegar ao Brasil nas próximas semanas. Ao contrário do que sugere o deputado, a Barbie não tem órgão sexual masculino - assim como as demais bonecas da marca não possuem órgão sexual feminino. Ela foi inspirada na atriz Laverne Cox, a primeira mulher trans a ser representada como uma boneca Barbie.
Audiência pública
Ainda não há data para realização da audiência pública e o deputado pediu a convocação de um representante da Mattel, fabricante do brinquedo, e do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos.
A reportagem entrou em com a assessoria de imprensa da Mattel e aguarda posicionamento da empresa sobre o assunto.