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Ministério da Saúde confirma 6º caso de varíola dos macacos no país

Paciente vive no interior de São Paulo e está isolado; em Minas, três casos suspeitos são investigados

17/06/2022 09h41
Por: Redação

Com Itasat

O Ministério da Saúde confirmou, nesta quinta-feira (16), o sexto caso de varíola dos macacos no país. O paciente tem 28 anos de idade, mora em Indaiatuba, no interior de São Paulo, e teve uma viagem recente à Europa. De acordo com a pasta, ele está em isolamento domiciliar e é monitorado pelas autoridades sanitárias.

Os outros cinco casos já confirmados no Brasil estão em São Paulo (4), Rio Grande do Sul e no Rio de Janeiro. De acordo com o Ministério da Saúde há 13 casos em investigação em todo o país.

Em Minas Gerais, a Fundação Ezequiel Dias (Funed) vai analisar amostras de pacientes de Belo Horizonte e de Ouro Preto, na região Central de Minas, suspeitos de terem contraído a 'monkeypox', como também é conhecida a varíola dos macacos.

A investigação dos dois novos casos suspeitos foi confirmada pela Secretaria de Estado de Saúde de Minas Gerais (SES) nessa quarta-feira (15). Um terceiro caso já era investigado em Ituiutaba, no Triângulo Mineiro.

O que é a varíola dos macacos?

A varíola dos macacos é uma zoonose silvestre, ou seja, um vírus que infecta macacos, mas que incidentalmente pode contaminar humanos – o que ocorre geralmente em regiões florestais da África Central e Ocidental. A doença é causada pelo vírus da varíola dos macacos, que pertence à família dos ortopoxvírus.

Existem dois tipos de vírus da varíola dos macacos: o da África Ocidental e o da Bacia do Congo (África Central). Embora a infecção pelo vírus da varíola dos macacos na África Ocidental às vezes leve a doenças graves em alguns indivíduos, a doença geralmente é autolimitada (que não exige tratamento).

A taxa de mortalidade de casos para o vírus da África Ocidental é de 1%, enquanto para o vírus da Bacia do Congo pode chegar a 10%. As crianças também estão em maior risco, e a varíola durante a gravidez pode levar a complicações, varíola congênita ou morte do bebê, aponta a OMS.

Quais os sintomas da doença?

Os sintomas iniciais da varíola dos macacos incluem febre, dor de cabeça, dores musculares, dores nas costas, linfonodos inchados, calafrios e exaustão. Lesões na pele se desenvolvem primeiramente no rosto e depois se espalham para outras partes do corpo, incluindo os genitais. As lesões na pele parecem as da catapora ou da sífilis até formarem uma crosta, que depois cai.

Os sintomas da varíola dos macacos podem ser leves ou graves, e as lesões na pele podem ser pruriginosas ou dolorosas. Casos mais leves de varíola podem passar despercebidos e representar um risco de transmissão de pessoa para pessoa. É provável que haja pouca imunidade à infecção naqueles que viajam ou são expostos de outra forma, pois a doença endêmica geralmente é limitada a partes da África Ocidental e Central.

Como ocorre o contágio?

A fonte de infecção nos casos relatados ainda não foi confirmada pela OMS. No geral, a varíola dos macacos pode ser transmitida pelo contato com gotículas exaladas por alguém infectado (humano ou animal) ou pelo contato com as lesões na pele causadas pela doença ou por materiais contaminados, como roupas e lençóis. O período de incubação da varíola dos macacos é geralmente de seis a 13 dias, mas pode variar de cinco a 21 dias. Por isso pessoas infectadas precisam ficar isoladas e em observação por 21 dias.

Diante dos casos específicos no Reino Unido, a UKHSA aconselha pessoas, particularmente gays, bissexuais ou homens que fazem sexo com outros homens (HSH) a ficarem alertas a quaisquer erupções ou lesões incomuns em qualquer parte do corpo, especialmente na genitália e procurarem o serviço médico nestes casos. Apesar da recomendação, a varíola dos macacos nunca foi descrita como uma doença sexualmente transmissível, embora possa ser transmitida por contato direto durante a atividade sexual, ressalta a agência.

Como a doença foi identificada?

A varíola dos macacos foi descoberta pela primeira vez em 1958, quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para pesquisa. O primeiro caso humano de varíola dos macacos foi registrado em 1970 na República Democrática do Congo, durante um período de esforços intensificados para eliminar a varíola. Desde então, a varíola dos macacos foi relatada em humanos em outros países da África Central e Ocidental.