Com Itasat
O Cruzeiro 2, Vila Nova-GO 0 da última sexta-feira (1), no Mineirão, teve as duas marcas dos jogos do clube no Gigante da Pampulha. Vitória da equipe de Paulo Pezzolano, problemas para a entrada do torcedor no estádio e superlotação de setores.
Na última terça-feira (28), nos 2 a 1 sobre o Sport, quando foram quase 40 mil pessoas na arena, a previsão de policiais que trabalhavam no estádio fazendo a segurança do torcedor era de que cerca de 8 mil pessoas tenham entrado sem pagar, usando ingressos duplicados. Neste sábado (2), o clube divulgou nota denunciando esquema de adulteração e comercialização de ingressos falsos em seus jogos.
A duplicação das entradas é possível porque o Cruzeiro trabalha com o ingresso digital, em PDF, o que permite que o bilhete seja compartilhado por várias pessoas ou vendido, por cambistas, para muitos torcedores.
Como apenas um desses ingressos é lido pela catraca, os restantes travam o equipamento. Isso provoca aglomeração e pressão por parte de quem está no portão de acesso ao estádio, sendo que isso faz parte da ação de quem tem ingresso duplicado, que o clube trata como falso.
A situação acaba provocando a abertura das catracas e a entrada no Mineirão de milhares de pessoas que não pagaram pelo jogo.
Na última sexta-feira (1º), por “sugestão” da Polícia Militar, o setor vermelho superior, que não seria utilizado, foi aberto para abrigar parte do público do amarelo superior, que fica ao lado e estava superlotado justamente pela ação de quem usou o golpe do ingresso duplicado.
Este problema fez com que o Cruzeiro soltasse uma nota oficial no início da tarde deste sábado (2) tratando sobre o assunto.
Confira abaixo a nota oficial do Cruzeiro:
Sobre os recentes e lamentáveis acontecimentos para a entrada em nossos últimos jogos, o Cruzeiro esclarece pontos fundamentais:
1. Criminosos têm adulterado ingressos verdadeiros e apresentado os falsos para a entrada no estádio ou mesmo vendendo-os na internet. O alto número de ingressos falsos nas catracas do estádio tem, por óbvio, atrasado o processo de entrada. Mesmo com má-fé, os criminosos ali se mantém, gerando filas e confusões desnecessárias. Aqueles que compram as entradas falsas na Internet, mesmo de boa-fé, entendem haver um problema com sua entrada, quando, na verdade, estão portando bilhetes falsos. Isso são fatos já constatados por câmeras de segurança e em ações feitas nas catracas.
2. Pessoas estão agindo de forma coordenada, em momentos específicos, geralmente nos minutos prévios ao início do jogo, para forçar a entrada sem ingressos. Agindo de forma simultânea e em grande volume, inviabilizam a prática de verificação dos ingressos. Isso ocorre em setores específicos do estádio, não sendo generalizado.
3. O Cruzeiro já se reuniu com a Polícia Militar buscando aperfeiçoar o fluxo de entrada no estádio. Não à toa, testamos novos formatos para a entrada do público. Também em conjunto, estamos trabalhando para identificar os criminosos que seguem com as práticas acima. O procedimento seguirá sendo ajustado e seremos cada vez mais rigorosos com a entrada, adotando os bloqueios necessários para que esses criminosos não só deixem de adentrar o estádio, como sejam penalizados por suas atitudes. Também por esse trabalho coletivo, agradecemos publicamente o trabalho e proatividade da Polícia, assim como do Mineirão.
4. Isso não significa que o processo implementado pelo Cruzeiro esteja perfeito. Ainda há espaço para melhorias e sabemos disso. Mas temos clareza de que os erros internos são, proporcionalmente, bastante inferiores àqueles causados pela ação mal intencionada e criminosa de quem prejudica o clube e quem efetivamente pagou por seus ingressos.
5. Para os próximos jogos voltamos a pedir que o público entre no estádio com antecedência. Isso facilita o processo de verificação dos ingressos antes da ação dos criminosos que, reiteramos, tem ocorrido minutos antes do inicio das partidas. O Cruzeiro conta, inclusive, com sua própria torcida para inibir ações que sigam piorando a experiência de quem realmente quer seguir fazendo a festa que só nossa torcida sabe fazer.
A Polícia Militar, por sua vez, ressaltou que "o clube mandante e a Minas Arenas são os responsáveis pela coordenação e controle de entrada dos torcedores no estádio". De acordo com a Major Layla, "a PM está apoiando no quesito da segurança dos torcedores", e "nenhum registro foi feito em que houvesse suspeição de duplicidade ou ingressos falsos".
"A Polícia Militar tem permanecido nas proximidades e apoiado, quando demandada, em razão desse travamento das catracas. Apesar de não ser uma responsabilidade direta da Polícia Militar, é importante ressaltar a presença da instituição nas reuniões com a Minas Arena e os clubes, no sentido de propor medidas que possam minimizar qualquer tipo de dano, de lesão, que facilite a entrada e o controle do torcedor no estádio", finalizou a militar.