Com Itasat
Nesta terça-feira (12), o Twitter iniciou um processo contra Elon Musk por quebra do contrato. A companhia quer forçar o empresário a concluir a aquisição da plataforma pelos US$ 44 bilhões oferecidos no início de abril. Isso pode levar as partes a uma longa batalha judicial nos tribunais.
A ação segue a decisão de Musk de desistir da operação na sexta-feira (8) quando informou a Comissão de Valores Mobiliários dos EUA (Securities and Exchange Commission – SEC) que desejava sair do negócio. A ação foi iniciada no Tribunal de Chancelaria de Delaware, que vai determinar se Musk deve seguir com a compra ou se o Twitter violou termos do contrato.
No pedido, o Twitter alega que “Musk se nega a honrar as obrigações com o Twitter e seus acionistas porque o acordo não serve mais a seus interesses pessoais”. “Musk aparentemente acredita que pode mudar de ideia, destruir a empresa, interromper suas operações, arruinar o valor do acionista e ir embora.”
Segundo o Twitter, nenhuma indenização econômica pode reparar o dano já causado à empresa. Musk diz que o Twitter não forneceu informações sobre contas falsas na plataforma. A empresa declara que cerca de 5% de seus usuários ativos são robôs. Para o empresário, a plataforma engana intencionalmente o público e obstrui os esforços para obter mais informações sobre como contabiliza os números.
Contrato pode forçar conclusão do acordo
A rede social diz que o contrato assinado pelos envolvidos tem uma cláusula de desempenho que permite processar para forçar o acordo, desde que a dívida que o bilionário contraiu para a aquisição esteja em vigor. A empresa disse estar confiante em seus números, já que tem especialistas para auditar a contagem e garantir sua precisão.
A plataforma argumenta que Musk quer deixar o acordo porque as ações da Tesla caíram nos últimos meses e isso afetou sua fortuna. Além disso, Musk violou o acordo de não insultar publicamente os executivos do Twitter e suas obrigações de usar “melhores esforços razoáveis” para fechar o acordo. “Musk queria fugir”, diz a empresa. “Mas o acordo de fusão deixa pouco espaço para isso.”
Sean Edgett, conselheiro geral do Twitter, informou a equipe sobre a ação em um memorando interno. Ele destaca que a companhia pediu “um julgamento acelerado e que o caso seja ouvido em setembro, pois é extremamente importante que esse assunto seja resolvido rapidamente”.
A ideia é que o julgamento dure quatro dias em setembro, uma vez que o negócio deve ser concluído até 24 de outubro. Se a transação ainda estiver aguardando aprovação regulatória nessa data, Musk e Twitter têm mais seis meses para fechá-la.