Cerca de 200 sobreviventes do Holocausto voltaram nesta segunda-feira a Auschwitz-Birkenau, na Polônia, para lembrar os 75 anos da libertação do maior campo de extermínio nazista, pelas tropas soviéticas.
A cerimônia pelo Dia Internacional da Lembrança do Holocausto também reuniu delegações de 50 países e líderes como os presidentes de Israel, Reuven Rivlin, e da Alemanha, Frank-Walter Steinmeier, além dos reis Felipe VI (Espanha) e Willem Alexander (Países Baixos).
Uma das 200 sobreviventes é Angela Orosz Richt, que nasceu em Auschwitz, em 21 de dezembro de 1944, poucas semanas antes da libertação. Sua mãe havia sido deportada da Hungria, mas estava tão desnutrida que os nazistas não perceberam a gravidez.
"Eu era tão pequena, pesava apenas uma libra [450 gramas] no nascimento", disse à agência AFP. "Minha mãe usava todos os papéis que encontrava para me cobrir, ela me manteve escondida", acrescentou.
Vestidos com chapéus de listras azuis e brancas, simbolizando o uniforme dos prisioneiros de Auschwitz, os sobreviventes depositaram grinaldas junto ao muro onde os nazistas fuzilavam seus prisioneiros.
"Queremos que a próxima geração saiba aquilo que passamos e que isso não pode acontecer de novo", disse David Marks, 93 anos, que perdeu 35 parentes no campo de extermínio. Cerca de 1,1 milhão de pessoas foram assassinadas em Auschwitz-Birkenau, a maioria em câmaras de gás.
O presidente de Israel, Reuven Rivlin, pediu que os políticos assumam a responsabilidade de combater o antissemitismo, a intolerância e a inimizade. O papa Francisco publicou uma mensagem no Twitter e desejou que o Dia da Lembrança do Holocausto seja "um apelo a nos determos, a ficarmos em silêncio e a fazermos memória". "Serve-nos, para não nos tornarmos indiferente", disse.