Com a inauguração ontem (28), do navio oceanográfico Professor Luiz Carlos, na Marina da Glória, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro (Uerj) passa para outro patamar nas pesquisas oceanográficas, afirmou o reitor da instituição, Ricardo Lodi Ribeiro. “Nós passamos a ser a única universidade fluminense que dispõe de um navio laboratório”. Ribeiro disse que da mesma forma que a Uerj precisa de um hospital (Hospital Universitário Pedro Ernesto-HUPE) para a formação dos alunos de medicina e enfermagem, o navio é fundamental para as pesquisas oceanográficas. Antes, a Uerj tinha que alugar navios para que seus alunos pudessem completar a formação exigida pelo Ministério da Educação.
“Agora, nós contamos com um navio próprio, que vai dar uma outra dimensão às nossas pesquisas e também vai viabilizar parcerias com outros órgãos públicos e empresas privadas que tenham interesse na pesquisa marinha”, reiterou o reitor. Lembrou que o estado do Rio de Janeiro tem uma vocação forte nessa área, muito em função do setor de óleo e gás. “Com esse navio, a gente passa a outro patamar de capacidade para realizar essas pesquisas”. As parcerias podem ser feitas com órgãos ambientais, empresas de petróleo, de geologia e biologia marinha, entre outras.
O investimento para construção do navio oceanográfico alcançou R$ 7 milhões, dos quais R$ 1,6 milhão foram doados pela Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj). O projeto foi iniciado há seis anos e contou com financiamento da Fundação Carlos Chagas Filho de Amparo à Pesquisa do Estado do Rio de Janeiro (Faperj), Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) e da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação do Rio de Janeiro (Secti). O navio foi construído no estaleiro Inace, no Ceará.
Durante a inauguração do navio laboratório, o governador Wilson Witzel informou que os editais para pesquisa e inovação totalizam R$ 300 milhões. Em razão do pré-sal, os recursos atingirão este ano R$ 550 milhões em pesquisa e inovação para o estado. Destacou que as pessoas precisam se capacitar para poderem se adequar ao novo estado do Rio como capital da energia, sem necessidade de contratação de trabalhadores do estado.
Com 30,5 metros de comprimento e 7,8 metros de largura, o navio ultrapassa 250 toneladas, tem capacidade para navegar com 30 pessoas e com autonomia para permanecer até 15 dias em alto mar. A embarcação vai atender aos alunos das diversas áreas da oceanografia, apoiar outros cursos da Uerj como geologia, geografia e biologia, além de possibilitar parcerias com órgãos governamentais, empresas e demais instituições de pesquisa.
O diretor da Faculdade de Oceanografia da Uerj, Marcos Bastos, destacou que o navio permitirá aperfeiçoar o monitoramento da poluição da Baía da Guanabara, da Baía da Ilha Grande, além de outras baías, regiões costeiras e oceânicas, “atuando diretamente em problemas relacionados à pesca, fazendas marinhas e outros recursos naturais”.
A embarcação homenageia o professor da Faculdade de Oceanografia da Uerj, Luiz Carlos Ferreira da Silva, devido ao seu trabalho realizado para a formação de gerações de oceanógrafos e na consolidação desse campo de estudos no Brasil. O professor Luiz Carlos, que é oficial da Marinha do Brasil na reserva, foi secretário adjunto da Comissão Interministerial de Recursos do Mar (CIRM) e esteve presente à inauguração.