Ao desembarcar em La Paz, na manhã de ontem (28), o ex-ministro de Evo Morales e candidato à Presidência da Bolívia Luis Arce recebeu uma notificação do Ministério Público para prestar depoimento no caso de desvio de dinheiro público do extinto Fundo Indígena.
Arce é o candidato do Movimento ao Socialismo (MAS), partido de Morales, e ex-ministro de Economia e Finanças Públicas. Ele estava na Argentina, onde participou do anúncio de sua candidatura à Presidência. O candidato a vice é David Choquehuanca, ex-chanceler do governo de Evo Morales.
A notificação judicial se refere ao caso do extinto Fundo Indígena, que financiava ações de desenvolvimento em zonas rurais e cujos recursos supostamente eram transferidos a contas privadas.
O ex-ministro da Presidência Juan Ramón Quintana também está sendo investigado. Ele e Arce são acusados de descumprimento de deveres, uso indevido de influências e comportamentos antieconômicos. Arce deve prestar depoimento hoje (29).
A promotora Heydy Gil disse na segunda (27), que não existe um mandado de prisão contra Arce, mas confirmou o início de investigações. "As citações [para prestar depoimento] estão sendo emitidas, ainda não há mandado de prisão."
De acordo com a denúncia, Arce e Quintana tinham a obrigação de supervisionar e avaliar a administração do diretor executivo do antigo Fundo Indígena e realizar as operações necessárias para o desempenho de suas funções, além de serem responsáveis pela aprovação do relatório de auditoria das operações realizadas.
Em 19 de janeiro deste ano, ele foi escolhido candidato à Presidência da Bolívia pelo MAS, para as eleições gerais de 3 de maio.