Coperlidere
RR MÍDIA 3
controversa

Polêmicas e títulos de Sir marcaram relação de Elizabeth II com a música

Rainha foi alvo de punks, recebeu homenagem dos Beatles e não compareceu à nomeação de Mick Jagger, dos Rolling Stones

11/09/2022 09h28
Por: Redação

Com Itasat

O cabeludo que inflamava a plateia com gestos lânguidos e letras provocadoras era um senhor respeitável, de 60 anos, quando foi condecorado com o título de Sir pelo príncipe da Inglaterra, no ano de 2003. Coube a Charles entregar a honraria a Mick Jagger, lendário vocalista dos Rolling Stones que transformou em ícone mundial a língua pra fora alçada a marca oficial e registrada da banda.

Um ídolo juvenil se tornar Cavaleiro da Ordem do Império Britânico era algo tão insólito quanto a ausência da monarca. Por conta de uma pequena cirurgia agendada de última hora, Elizabeth II, Rainha conhecida tanto pela descrição quanto pela rigidez estoica, não compareceu à cerimônia. Más línguas sussurravam que ela não acreditava que o músico da língua pra fora era digno de tal honraria. E, enquanto isso, as pedras rolavam...

Antes, em 1997, ela própria havia concedido a honraria a Paul McCartney, que também empolgava a juventude e arrastava gritinhos agudos por onde passava com sua trupe, os Beatles, que revolucionaram a música pop mas, convenhamos, sempre foram muito mais comportados do que os Rolling Stones.

Os cabelos alongados não chegavam aos pés da atitude andrógina de Jagger frente ao palco. Provavelmente o músico que se tornou mais próximo de Elizabeth II, o sempre exuberante Elton John veio a Sir em 1998, com toda a pompa e circunstância que adequadamente o acompanhavam. Tudo um luxo.

Quem também recebeu o título de Sir das mãos da monarca foi o compositor Rod Stewart, especializado em baladas, como uma espécie de convidado especial do aniversário de 90 anos de Elizabeth II.

A soberana ainda viveu mais seis anos, sendo amada e odiada pelos súditos, como comprova “God Save The Queen”, música do grupo punk Sex Pistols, com expressão retirada do hino britânico, e que comparava a “homenageada” ao que há de pior na humanidade, taxando-a de fascista, pela voz áspera e indomável de Johnny Rotten.

O sucesso da canção não abalou o reinado da monarca, que seria relembrada de forma bem mais adocicada em “Her Majesty”, música dos Beatles lançada em 1969, com seus meros 23 segundos. Pouco para quem viveu tanto, o suficiente, talvez, para fechar o emblemático disco “Abbey Road”.