O ministro da Justiça e Segurança Pública, Sergio Moro, afirma que não tentou interferir junto às autoridades do Paraguai em favor do ex-jogador de futebol Ronaldinho Gaúcho, preso em Assunção após entrar no país com passaporte adulterado.
Em entrevista à GloboNews, Moro admitiu que entrou em contato com o ministro do interior do país, Euclides Acevedo, mas que não fez nenhum pedido para beneficiar Ronaldinho.
“O que aconteceu foi que eu recebi a informação de que o jogador e o irmão tinham sido presos e, veja, é um cidadão brasileiro, é um ídolo nacional. Apenas houve uma ligação para uma autoridade paraguaia para colher informações do que tinha acontecido. Em nenhum momento houve qualquer pedido ou interferência na soberania da Justiça paraguaia”, aleta.
Ronaldinho e o irmão, Roberto Assis, seguem presos. Na terça-feira (10), o advogado paraguaio Julio Scaroni, especialista na área penal e mestre em direito esportivo, explicou a situação da dupla.
“Eu acho muito difícil ele (Ronaldinho) voltar para o Brasil. A legislação paraguaia não permite as pessoas processadas estarem em outro país. Por isso que ele deve ficar no Paraguai até que consiga alguma alternativa em relação ao processo. Isso é uma possibilidade, caso contrário, ele terá que ficar até a finalização do processo penal”, declarou.
Julio Scaroni também explicou que, se condenados, Ronaldinho e Assis podem pegar cinco anos de prisão. No entanto, o advogado não acredita que o Ministério Público do Paraguai consiga provar que Ronaldinho teve a intenção de ludibriar o setor de imigração do país.