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Zagallo

 Brasil perde uma das maiores lendas de seu futebol

Mário. Jorge. Lobo. Zagallo. Quatro nomes, quatro Copas do Mundo

06/01/2024 09h20
Por: Redação

Mário. Jorge. Lobo. Zagallo. Quatro nomes, quatro Copas do Mundo. Difícil não confundir a história deste alagoano com a do próprio futebol. Tinha em si a mistura do brasileiro quando a linguagem é o esporte bretão: personalidade forte, às vezes até turrão, determinado ao extremo. Tudo com uma grande pitada de superstição em sua paixão desenfreada pelo número 13. Prenúncio de sorte, ele dizia. Um senhor que viajou ao longo de mais de oito décadas e provou sabores e dissabores que o mundo da bola pode proporcionar. Um caminho que ele estava convencido de que fora destinado a cumprir. E o mundo, em parte, a engolir.

"Sou predestinado. Quando o céu está coberto não tem estrela. Agradeço sempre por tudo que conquistei", disse certa vez o "Velho Lobo".

Aos 92 anos, nesta sexta-feira (05/01), a lenda do futebol brasileiro deixou a vida para ser definitivamente história, conforme anunciou uma nota de pesar postada em seu próprio Instagram.

E que história. Nascido em Maceió, Alagoas, em 9 de agosto de 31 - 13 ao contrário - chegou ao Rio de Janeiro com apenas oito meses de idade. A família se estabeleceu pelas ruas da Tijuca, Zona Norte da cidade, próximo ao rubro América. Pelas calçadas da Praça Afonso Pena, o garoto assumiu o gosto pela bola. E, destemido, decidiu: seria jogador de futebol.

O problema seria convencer os pais, Haroldo e Maria Antonieta. Na década de 40 fazer da bola um ofício não era visto com bons olhos. Mas, com a intervenção do irmão mais velho a seu favor, conseguiu. Em 1948 ingressou nas categorias de base do América, clube do qual seu pai era sócio. Entre treinos e jogos, Zagallo arrumava tempo para frequentar a sede social. E foi em um dos bailes de confete que conheceu Alcina, sua futura esposa. Com ela, ganhou o 13 em sua vida.

Devota fervorosa de Santo Antônio, celebrado em 13 de junho, Alcina fez de Zagallo o mais ferrenho defensor do algoritmo. O que para muitos era sinônimo de azar, para o então ponta-esquerda era símbolo de sorte. Zagallo exaltava a predileção pelo número, mas dizia ser apenas fé. Com Alcina casou-se em 13 de janeiro de 1955. E o número da camisa passou a ser o mesmo. Coisas de Santo Antônio. Coisas de fé. Não superstição.