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Exclusivo: Minas deve criar mil leitos para atender pacientes com covid-19; Expominas pode virar hospital

Entrevista Romeu Zema

23/03/2020 10h45Atualizado há 5 anos
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Em entrevista exclusiva à Itatiaia nesta segunda-feira, o governador Romeu Zema disse que vários espaços de Minas podem se tornar hospitais improvisados para atender pacientes infectados pela covid-19. Zema rebateu o presidente Jair Bolsonaro e avalia que o momento é de salvar vidas. O governador também adiantou que a operação do nióbio terá mudanças, com queda de até 50% no valor estimado inicialmente. Algumas medidas, como isenção de tarifas sociais da Cemig e Copasa, são estudadas e podem ser anunciadas ainda nesta semana.

“Estão sendo analisado locais em Belo Horizonte e vale lembrar que nós vamos precisar também de alguns locais no interior. Está sendo feita uma análise em todo estado, tanto para atender pessoas da região metropolitana como para atender diversas regiões do interior, pois as pessoas teriam dificuldade para se deslocar até aqui”, disse Zema. O Expominas é um dos locais avaliados. Conforme o governador, a expectativa é criar mil leitos nessa primeira etapa.

Sobre a declaração do presidente Jair Bolsonaro, de que governadores são exterminadores de emprego, Zema foi disse que a prioridade é salvar vidas. “Tenho me considerado mais como uma pessoa que está tentando preservar vidas. Acho que há um conflito nesse momento entre empregos e vidas e fica claro que vida é mais importante do que emprego, nesse momento. Sei que essa situação está ocorrendo no mundo todo, não é exclusividade do Brasil”, disse.

Nióbio

Os efeitos do coronavírus na economia dificultaram a operação de antecipação de recebíveis do Nióbio, que era vista como solução para desafogar as contas públicas do estado, além de pagar o 13º de 2019 dos servidores públicos (15% ainda não receberam) e colocar os salários dos funcionalismo em dia.

Contudo, conforme Zema, uma outra operação é negociada e vai ser apresentada pelo secretário de Gestão e Planejamento, Otto Levy. " Ela tem um valor bem menor do que a primeira. Ainda não sabemos o quanto menor porque ainda está em negociação, talvez a metade do valor", destaca.

Por ter uma arrecadação menor, Zema já evita falar que será possível acabar com o parcelamento dos salários. "Fica muito difícil você falar, num momento de queda de arrecadação, fazer um cenário. Tão logo a gente tenha uma definição e valor vamos colocar tudo em uma planilha e fazer uma estimativa de fluxo de caixa, para ver o que é possível. O meu sonho era pagar todo funcionalismo em dia", diz.

Perda de R$ 2,5 bilhões na arrecadação

Devido à queda na atividade econômica e às paralisações do comércio e empresas, a queda na arrecadação de Minas para 2020 teve uma redução de R$ 2,5 bilhões. Esta foi a estimativa apontada por Zema. "Já refizemos as contas. Vamos ter que tomar outras medidas porque, do contrário, invés de a situação avançar, melhorar com planejávamos, ela pode deteriorar".

Fonte: Rede Itasat