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Coronavírus

‘Não acreditei que iria tomar a proporção que tomou’, diz enfermeiro da linha de frente

João XXIII

27/03/2020 12h53
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A rotina do técnico em enfermagem Marcos Antônio de Oliveira, 40 anos, mudou radicalmente em razão da pandemia do novo coronavírus. Em entrevista, o profissional, que trabalha no hospital João XXIII, maior pronto-socorro de Minas, revelou que teve de se ‘separar da esposa e dos dois filhos’, que têm bronquite. “Tudo ao nosso redor é algo invisível que pode acabar nos contaminando”, disse. 

“É algo novo para todos. Isso mobilizou a todos técnicos, enfermeiros e médicos. Para mim, o cuidado redobrou. Se eu já usava o equipamento de proteção individual, tenho que usar com cuidado redobrado. Se eu lavava as mãos três vezes, (agora) lavo 15 vezes”.

Experiente e acostumado a trabalhar em tragédias, ele se diz surpreendido. “Para ser sincero, muito sincero, não acreditei que iria tomar a proporção que tomou. Sendo da área da saúde, já vimos muita coisa no hospital João XXIII: catástrofes de Brumadinho, de Janaúba e por aí vai”, disse.

“Uma bomba explodiu e infectou todo mundo. A alegria da inocência das crianças ainda sobrevive no meio de nós. Elas ainda têm a inocência de não perceber a gravidade, mas quem já tem noção e consciência de perceber a proporção que tomou, a cada momento fica mais assustado”.