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Coronavírus

Funcionários de hospital da capital relatam medo após morte de enfermeira por coronavírus

Alberto Cavalcante

22/04/2020 08h54
Por:

Por Itasat

Após a morte de uma técnica de enfermagem por covid-19, profissionais do Hospital Alberto Cavalcante, em Belo Horizonte, trabalham com medo e denunciam que Maria Aparecida de Andrade, de 53 anos, era do grupo de risco e nem assim foi afastada do trabalho pela Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). Os profissionais também denunciam falta de testes e de equipamentos de proteção para os trabalhadores da linha de frente. A Fhemig nega.

“A Maria Aparecida, a Cida, fez o concurso e foi aprovada para trabalhar na Fhemig desde o ano de 2009. É muito triste vê-la morrer dessa forma, pois sequer a Cida foi afastada do trabalho no Hospital Alberto Cavalcante mesmo sendo do grupo de risco. Ela era hipertensa e tinha problemas cardíacos”, disse Mônica Abreu, integrante do conselho de usuários da associação sindical dos trabalhadores da Fhemig.

Mônica diz ainda que Maria Aparecida, que trabalhava também na Upa Ressaca, em Contagem, passou mal no dia 5 deste mês e foi socorrida por colegas do CTI do hospital Alberto Cavalcante. “Mesmo assim ela não foi afastada dos trabalhos pela Fhemig”. 

O teste positivo de Maria Aparecida foi confirmado no dia 8 deste mês. Cinco dias depois ela procurou atendimento na UPA Ressaca e foi transferida para o Hospital Municipal de Contagem, onde morreu na última segunda-feira (20).

“Nem os funcionários do CTI (Hospital Alberto Cavalcante) conseguiram fazer o teste para diagnosticar o coronavírus, mas talvez agora a Fhemig libere. Precisou de uma colega morrer”, diz Mônica.

Em nota, a Fhemig informou que orienta e treina servidores quanto ao uso de equipamentos de segurança e demais cuidados necessários no enfrentamento de doenças como a covid-19, seguindo protocolos das autoridades de saúde. A Fhemig diz ainda que os servidores têm acesso ao exame, disponível na unidade de referência, o Hospital Eduardo de Menezes.