Por Itasat
O presidente do Atlético, Sérgio Sette Câmara, revelou que contratou a empresa de auditoria Kroll, a mesma que prestou serviço para o Cruzeiro entre março e maio deste ano, para investigar as contas da atual gestão e de administrações anteriores no clube. As revelações foram feitas em entrevista, nesta sexta-feira.
A declaração foi dada por Sette Câmara ao justificar o aumento da dívida do Atlético em quase R$ 100 milhões em 2019, de acordo com números do balanço financeiro que vazou nessa quinta-feira (28). O presidente garantiu que está tranquilo com as finanças da sua administração, tanto que contratou a empresa especializada em investigações corporativas para analisar as contas do clube.
Mas ao contrário do Cruzeiro, em que a Kroll investigou apenas a gestão de Wagner Pires de Sá que renunciou à presidência acusado de corrupção, a empresa irá analisar administrações anteriores à de Sette Câmara no Atlético.
“Estão tentando, de todas as maneiras, desestabilizar a nossa gestão, tirar a credibilidade, mas não adianta. Não vão conseguir. Eu tenho muita tranquilidade com relação aos meus números e à minha gestão. Tanto é que eu acabei de contratar outra auditoria, chamada Kroll, a mesma que levantou uma série de irregularidades lá no Cruzeiro. Vamos, obviamente, disponibilizar todos os números da minha gestão, mas vamos também dar uma olhadinha no passado para que a gente possa identificar irregularidades e outras questões que possam esclarecer porque o Atlético chegou a esse nível de endividamento”, declarou o presidente alvinegro sem detalhar quantas gestões seriam analisadas.
Neste século, antes da gestão de Sérgio Sette Câmara, que assumiu o Atlético em janeiro de 2018, o clube foi comandado por Daniel Nepomuceno (2015 a 2017), Alexandre Kalil (outubro de 2008 a dezembro de 2014), Ziza Valadares (2007 a outubro de 2008), Ricardo Guimarães (2001 a 2006) e Nélio Brant (1999 a 2001).
"Vergonha” e “uma coisa encomendada”, diz presidente sobre vazamento do balanço de 2019
Sette Câmara classificou o vazamento do balanço como “vergonha” e “uma coisa encomendada”. O presidente não quis apontar quem poderia ter “encomendado” a entrega documento para pessoas de fora do clube, mas disse que desconfia de algumas pessoas. “Não vou sair apontando o dedo para esse ou aquele. Tenho minhas desconfianças, já colocamos na mão de pessoas para investigar o vazamento. Tendo a comprovação de onde saiu, nós vamos revelar imediatamente. Isso é ruim para a instituição”, observou.
O balanço de 2019 apontou que as dívidas do Atlético saltaram de R$ 652 milhões em 2018 para R$ 746 milhões no ano passado (aumento de R$ 94 milhões). Em carta aberta divulgada nesta sexta-feira, Sette Câmara justificou o crescimento devido aos juros e correção monetária.