RR MÍDIA 3
Coperlidere
Crise no Cruzeiro

Cruzeiro reafirma renúncias de Wagner e Hermínio e diz que Granata 'retarda o início da reconstrução'; vice teme 'armação'

Advogados fazem auditoria na diretoria para respaldar saída do vice-presidente

20/12/2019 14h46Atualizado há 6 anos
Por:

Em nota divulgada nesta sexta-feira, o Cruzeiro reiterou que as renúncias do presidente Wagner Pires de Sá e do vice Hermínio Lemos foram oficializadas. De acordo com o comunicado, o 2º vice-presidente Ronaldo Granata, que ainda não assinou a renúncia, “retarda continuamente o início do projeto de reconstrução do Cruzeiro, que será administrado por um conselho gestor”.

O  assessor de Ronaldo Granata, José Aparecido, questionou a existência dos documentos de renúncia assinados por Wagner e Hermínio. O assessor ressaltou a isenção de Granata nas decisões da diretoria e ainda apontou 'cheiro de armação' no caso através do presidente do Conselho Deliberativo do Cruzeiro, José Dalai Rocha, e Zezé Perrella, ex-presidente e ex-gestor do futebol do clube.

PUBLICIDADE

“Os advogados estiveram lá e me parece que não tem nenhuma carta de renúncia assinada pelo Wagner e nem pelo Hermínio. Está me cheirando a armação, sabe? Ronaldo já disse que vai assinar só se os dois assinarem primeiro, porque ele (Granata) não participou a gestão. Então, não tem como ele assinar algo que ele não tem responsabilidade, algo que ele não participou. O que está acontecendo é armação do Dalai, Zezé Perrella e companhia”, declarou. 

Aparecido informou que dois advogados contratados por Granata realizam uma auditoria nos documentos da diretoria para resguardar o vice-presidente na saída do cargo.

“Ronaldo está desconfiado que há um complô lá dentro para voltar a turma do Zezé. Mas ele não vai ser obstáculo. Ronaldo nomeou dois advogados para ver como vai ficar a saída dele, pois tem a questão dos vínculos, do patrimônio. Os advogados vão fazer uma auditoria para ver se ele corre algum risco, porque ele não participou de absolutamente nenhum ato da diretoria. Nada. Desde o dia da posse, ele foi colocado de lado e não participou de nada. Ele era excluído de tudo. Ele precisa ficar atendo em relação às responsabilidades que ele tem lá”, concluiu o assessor. 

'A um telefonema da saída'

Em entrevista nessa quinta-feira, Ronaldo Granata garantiu que assinaria a renúncia logo após a oficialização das saídas de Wagner Pires de Sá e Hermínio Lemos e que só aguardava um telefonema de Dalai Rocha para confirmar a saída. 

"Eu vi a informação das renúncias do Wagner e do Hermínio. Estou só aguardando um contato oficial do clube, do presidente do Conselho Deliberativo, para que eu possa ir até a sede administrativa. Só ligar que eu assino", afirmou o vice-presidente.

Inicialmente, Ronaldo Granata se mostrou resistente a renunciar à vice-presidência, pois  argumentava que não era alvo das investigações da Polícia Civil contra a diretoria e, portanto, deveria cumprir o mandato até dezembro de 2020.

Entretanto, os torcedores celestes, já decepcionados com o rebaixamento do time à Série B e o descalabro financeiro do clube, colocaram Granata como alvo de protestos. Além de comparecerem à porta da sede administrativa, os cruzeirenses se dirigiram até a rua da residência do 2º vice-presidente e exigiram a saída dele do clube.

Com as saídas de Wagner Pires de Sá, Hermínio Lemos e Ronaldo Granata, o Cruzeiro passa a ter José Dalai Rocha, presidente do Conselho Deliberativo, como presidente interino. Dalai deverá convocar eleição presidencial para maio. A chapa vencedora, composta por presidente e dois vices, será empossada em junho.

Antes disso, haverá a participação de um Conselho de Notáveis formado por Pedro Lourenço, Emílio Brandi, Pietro Sportelli, Alexandre de Souza Faria, Carlos Ferreira Rocha, Jarbas Matias dos Reis e Saulo Tomaz Froes.