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Coronavírus

BH tem menor taxa de mortalidade entre 17 grandes cidades do país

No grupo das metrópoles brasileiras, taxa de 5,2 óbitos por 100 mil habitantes na capital mineira ocupa a 25ª posição, a despeito do avanço do coronavírus

02/07/2020 14h36
Por:

Por EM

Entre avanços e recuos na flexibilização do isolamento social para o funcionamento do comércio de Belo Horizonte e a pressão preocupante sobre o sistema de saúde da cidade, a capital mineira registra uma das menores taxas de mortalidade pelo novo coronavírus no Brasil. Com 5,2 óbitos a cada 100 mil habitantes, BH aparece nos últimos lugares da dramática contagem de mortes por COVID-19, quando comparada a outras metrópoles, de acordo com os dados oficiais relativos ao boletim epidemiológico de segunda-feira.

Na relação das capitais, Belo Horizonte aparece na 25ª posição, com Florianópolis (2,6 óbitos por 100 mil habitantes) e Campo Grande (0,9 óbito por 100 mil habitantes) completando as últimas duas posições. A comparação, contudo, se dá entre cidades com grande diferença em população. As capitais de Santa Catarina e do Mato Grosso do Sul têm, respectivamente, cerca de 500 mil e 895 mil habitantes, de acordo com os últimos dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), enquanto BH conta com 2,5 milhões de moradores.

Quando a busca pelos índices é refinada para as cidades com mais de 1 milhão de habitantes, Belo Horizonte figura em último lugar na lista, que conta com outras 16 localidades. Perto da capital mineira só fica Porto Alegre, com 5,7 óbitos para cada 100 mil habitantes. Belém lidera as estatísticas, com 127,1 mortes por 100 mil habitantes. Até segunda-feira, a capital do Pará havia registrado 1.884 óbitos, enquanto 129 vidas foram perdidas para a COVID-19 em BH. O boletim de ontem da Secretaria de Saúde de Minas Gerais registra informações de 144 óbitos, ao todo, na capital, e 5.771 casos de contaminação. Na segunda-feira, havia registro de 130 mortes.

No último dia 23, pesquisadores da Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) estiveram na capital mineira para conhecer as estratégias tomadas no enfrentamento à doença respiratória. A intenção era entender melhor as medidas adotadas pela prefeitura municipal para replicá-las em outras cidades.

O infectologista Carlos Starling, membro do Comitê de Enfrentamento à COVID-19 da Prefeitura de Belo Horizonte, afirma que os resultados são importantes para dar resposta àquelas pessoas que têm propagado 'falsas alternativas” de combate ao coronavírus. “Esses resultados são muito importantes. Eu considero esses resultados uma resposta  às pessoas que têm orientado, que têm feito lives promovendo tratamentos milagrosos. Não tem tratamento milagroso aqui em Belo Horizonte. O tratamento é o distanciamento e o isolamento social”, afirmou.

Sinal de alerta

BH está na ‘zona vermelha’ quanto à taxa de ocupação de leitos de unidades de tratamento intensivo (UTI), com 87%, segundo o boletim epidemiológico divulgado na segunda-feira. Apesar disso, Carlos Starling disse que há  claro entendimento para a população do que deve ser feito neste momento de pandemia.

“Existe uma pressão sobre o sistema de saúde, mas existe, também, uma resposta adequada. Isso dá certa tranquilidade para a população. Tem muita gente vendendo falsas promessas à população, tentando vender tratamentos que ainda são pesquisas, como se fossem a salvação da lavoura, e não são. Temos que falar uma linguagem honesta com as pessoas”, observou.

Starling reforçou que não existem tratamentos comprovados para impedir a infecção pelo vírus. “O que tem que ser feito é o isolamento e o distanciamento social. Isso é o que gera esse resultado. Mostrar para a população o que realmente funciona, e não sair vendendo falsas ilusões”, afirmou. Para o infectologista, o principal diferencial de Belo Horizonte para outras localidades está na clareza na comunicação com a população, em linguagem simples e direta.

“Não tem ninguém vendendo ilusão para ninguém. Aqui se fala o que tem que ser dito. É preciso fazer isolamento social? É. Não é preciso, ou seja, dá para flexibilizar? Flexibiliza. Mas, se for necessário, volta atrás. Falar a verdade às vezes dói, incomoda, mas funciona. É melhor que vender falsas ilusões”, disse.

O infectologista, que é diretor da Sociedade Mineira de Infectologia, destaca que a situação é “preocupante”,  mas está “sob controle”. Ele sustenta que ter retrocedido no processo de flexibilização do comércio demonstra que a cidade está em sinal de alerta para o momento de aceleração dos casos da do-ença na capital.

Há um planejamento da PBH, de acordo com Starling, para dobrar o número de leitos ofertados na cidade para atendimento de pacientes graves da COVID-19. Segundo o especialista, serão abertos mais 25 leitos – somando-se aos cerca de 300 já em funcionamento –,  com capacidade para chegar ao patamar de 722 UTIs.

“Mas é preciso  não esquecer que UTIs  são equipamentos caros e precisam de profissionais especializados”, alertou o infectologista, destacando que a melhor forma de combater a COVID-19 continua sendo o isolamento social, combinado ao uso de máscaras e protocolos de higienização.