Por Itasat
Os deputados federais Ivan Valente e Luiza Erundina e o ex-candidato a presidente Guilherme Boulos, todos do PSOL, acionaram a Procuradoria-Geral da República (PGR) pedindo a abertura de uma investigação para apurar se o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) cometeu crime de infração de medida sanitária preventiva, previsto no artigo 268 do Código Penal, na condução da pandemia do novo coronavírus.
Os políticos de oposição alegam que o presidente vem estimulando o descumprimento das medidas de isolamento social e dos protocolos de segurança fixados por Estados e municípios para evitar a disseminação da covid-19.
“Na contramão das medidas adotadas pela maioria das nações do mundo, as recomendações da Organização Mundial de Saúde e as evidências científicas de saúde pública, o Presidente Jair Messias Bolsonaro, desde que a pandemia começou a se alastrar pelo país, vem se manifestando publicamente, no exercício de sua função pública, de forma a minimizar a gravidade da Covid-19 e adotando a postura de violar o isolamento social e ignorar os protocolos e medidas de segurança”, diz a notícia-crime enviada à PGR na última sexta-feira (10).
O documento reúne mais de 50 declarações e condutas de Bolsonaro que teriam contribuído para o crescimento do número de casos da doença no País, incluindo participação em manifestações com aglomeração, as saídas sem máscara e uma série de falas minimizando a pandemia.
Entre elas, ‘Eu não sou coveiro’, ‘Quer que eu faça o quê? Eu sou Messias, mas não faço milagre’, ‘É o destino de todo mundo’, além das vezes em que se referiu ao vírus como ‘gripezinha’ e afirmou que a doença estava ‘superdimensionada’ e provocou ‘histeria’.
“Importante ressaltar que todas essas falas e condutas não são de um cidadão qualquer, mas sim – e infelizmente – daquele que exerce a mais alta função na Administração Pública Federal, exigindo enorme responsabilidade sobre seus atos e condutas, sobretudo diante da repercussão de suas falas, capazes de gerar um evidente estímulo à população para que saia do isolamento social, imprescindível para salvar vidas neste momento”, diz o documento.
Para os políticos do PSOL, ao menosprezar os os riscos da pandemia para a vida da população e incentivar posturas contrárias ao isolamento social, a despeito dos protocolos e medidas de segurança, Bolsonaro coloca em risco a vida da população, uma vez que frustra os esforços das autoridades de saúde para conscientizar os brasileiros sobre os riscos da pandemia e sobre a necessidade de se proteger.