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Maes do bumbum

Justiça concede liberdade para uma das 'Mães do bumbum'

Esteticista e dona de salão são acusadas de aplicar silicone industrial nas nádegas de pelo menos 100 mulheres

24/12/2019 13h10
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A empresária Dayse Viviane Martins Lopes, de 34 anos, deve deixar a prisão ainda nesta terça-feira. Ela foi presa na última semana junto com Amanda Juliana Fernandes França, de 41. Chamadas de “mamães do bumbum”, as duas são acusadas de aplicar silicone industrial, proibido para esse fim, em mulheres. As suspeitas teriam feito pelo menos 100 vítimas, de Minas, São Paulo, Rio de Janeiro e até vindas do exterior.

habeas corpus foi concedido pelo Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG).


O pedido da defesa para a soltura de Dayse foi analisado pelo desembargador plantonista Sálvio Chaves. Entre os argumentos utilizados para conceder a liberdade, o magistrado afirma que a ré não  demonstrou que, em liberdade, “colocará em risco a ordem pública, prejudicará a instrução criminal ou a eventual aplicação da lei, até mesmo porque é primária”.

“Logo, sendo a paciente, em tese, primária, é possível, em eventual condenação, a concessão de benefícios legais, bem como a fixação de regime prisional menos gravoso, e ainda, substituição da pena privativa de liberdade por restritivas de direito, razão pela qual não se mostra viável a manutenção da privação de sua liberdade durante a instrução criminal”, completou.

O caso

As duas mulheres seriam administradoras de um grupo em uma aplicativo de mensagens, chamado de “Filhas do bumbum”. As investigações da Polícia Civil apontam que elas realizavam os procedimentos em um salão de beleza chamado Vivi Mãos de Fadas. Nenhuma das “mães do bumbum” é profissional de medicina, os únicos com licença para fazer procedimentos invasivos, que por si só já implicam riscos e exigem cuidado e planejamento. Em outra ocorrência, uma mulher de 48 anos morreu durante cirurgia para a redução de mama em uma clínica no Barro Preto, na Região Centro-Sul de BH.

O flagrante envolvendo o uso de silicone industrial foi feito em 6 de dezembro, no momento em que era realizada a aplicação do produto, impróprio para esse fim, nas nádegas de uma das vítimas.  Os levantamentos apontam que Dayse era a responsável pelo agendamento dos procedimentos pelo aplicativo, enquanto Amanda, que é do Rio de Janeiro, ia uma vez por mês a Contagem para realizar a aplicação do silicone industrial – produto utilizado na limpeza de carros, impermeabilização de azulejos e vedação de vidros.

Segundo as investigações, Amanda cobrava cerca de R$ 4 mil por cada aplicação e saía do Rio de Janeiro para fazer as aplicações em Belo Horizonte. Dayse seria a responsável por captar clientes, com comissão de  10% do total do tratamento. Pelo retoque, era cobrado mais R$ 1 mil.  A investigação começou depois de quase 10 vítimas irem até uma delegacia com deformidades no corpo e processo inflamatório.