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Entregou o dinheiro

‘Rachadinhas’: Flávio Bolsonaro admite que mandou Queiroz pagar suas contas

Senador disse que o valor de R$ 120 mil usado pelo ex-assessor para pagar o plano de saúde não é significativo

05/08/2020 05h57
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Por Itasat

Investigado no esquema das ‘rachadinhas’, o senador Flávio Bolsonaro (Republicanos) admitiu que Fabrício Queiroz pagou suas contas. É a primeira vez, desde o início das investigações, que o filho do presidente assume que o ex-assessor pagou os boletos. Em entrevista ao jornal O Globo, o senador disse também que Queiroz recebia parte dos salários dos funcionários de seu gabinete na Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro (Alerj) para contratar outros funcionários.

"Pode ser que, por ventura eu tenha mandado, sim, o Queiroz pagar uma conta minha. Eu pego dinheiro meu, dou para ele, ele vai ao banco e paga para mim. Querer vincular isso a alguma espécie de esquema que eu tenha com o Queiroz é como criminalizar qualquer secretário que vá pagar a conta de um patrão no banco. Não posso mandar ninguém pagar uma conta para mim no banco?", questionou Flávio.

O senador disse que o valor de R$ 120 mil usado pelo ex-assessor para pagar o plano de saúde não é significativo."Se você pegar esse dinheiro, R$ 120 mil, e diluir em 12 anos, vai dar R$ 1.000 por mês. Isso é muito? Não é muito. Qualquer plano familiar baratinho é mais do que isso. Não tem ilegalidade. A origem dos recursos é toda lícita. Tenho uma vida simples para caramba. Não esbanjo nada. Meu modo de vida passa longe de uma pessoa rica", disse.

Flávio Bolsonaro atribuiu o elevado número de funcionários no seu gabinete na Alerj a um relaxamento e responsabilizou Queiroz.

"Ele fez um posicionamento junto ao MP esclarecendo essas questões. Disse que as pessoas que faziam os depósitos na conta dele eram da chamada equipe de rua. Queiroz afirma que pegava o dinheiro para fazer a subcontratação de outras pessoas para trabalharem em redutos onde ele tinha força. Sempre fui bem votado nesses locais. Talvez tenha sido um pouco relaxado de não olhar isso mais de perto, deixei muito a cargo dele. Mas é obvio que, se soubesse que ele fazia isso, jamais concordaria", alegou.

O senador disse ainda que não sabia que Queiroz estava escondido em uma propriedade do advogado Frederick Wassef, em Atibaia, interior de São Paulo. Wassef era advogada da família Bolsonaro e próximo do presidente Jair Bolsonaro.

"Óbvio que não sabíamos. Por precaução, nunca mais falei com o Queiroz, nem por telefone, para não insinuarem que eu estava combinando alguma coisa com ele. O Fred (Wassef) teve quatro cânceres, né? O Queiroz estava tratando de um câncer também. Se ele (Wassef) se sensibilizou e deixou o imóvel para ele (Queiroz) usar, não tem crime nenhum nisso, nada de errado. Agora, é óbvio que isso não podia ter acontecido nunca. Foi um erro. Se (Wassef) tivesse comentado comigo, diria que ele estava sendo imprudente", explicou Flávio, que diz não saber quem bancou o tratamento de Queiroz.