Por Itasat
O Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) deflagrou na manhã desta quinta-feira a Operação Mato Moiado no Sul de Minas, destinada a reprimir possíveis crimes contra a administração pública (corrupção, falsidade ideológica e prevaricação) e o meio ambiente (desmatamento e parecer falso ou enganoso), além de associação criminosa, envolvendo policiais militares do Meio Ambiente do destacamento do município de Cássia, o coordenador do Núcleo de Apoio Regional do Instituto Estadual de Florestas (IEF) de Minas Gerais, no município de Passos, e dois consultores ambientais.
Estão sendo cumpridos 11 mandados de busca e apreensão, sendo cinco em Cássia, cinco em Passos e um Botelhos, sendo um deles no Núcleo Regional do IEF, em Passos, além de dois mandados de medidas cautelares diversas da prisão, que restringem direitos, mas não impedem a liberdade do investigado.
As investigações apontam que o comandante da Polícia Militar de Meio Ambiente (PMMA) de Cássia solicitava dinheiro a empreendedores e produtores dizendo que seria destinado o custeio de despesas do quartel, mas se apropriava dos valores. Junto com outro policial da corporação, o comandante teria recebido propina para ‘autorizar’ intervenções ambientais ilícitas e garantir que não haveria fiscalização pela PMMA. Após comprarem a garantia de que não seriam fiscalizados, empreendedores e produtores rurais da região ficavam à vontade para lesarem o meio ambiente”, destacam os promotores de Justiça.
Segundo as apurações conduzidas pelo Ministério Público, que tiveram início a cerca de um ano e meio, “para auxiliar produtores e empreendedores a escaparem dos rigores da lei ambiental, os mesmos policiais militares indicavam a seus ‘clientes’ os serviços de consultoria ambiental da esposa do Coordenador do IEF, de Passos, como garantia de que, com a sua contratação, teriam facilidades no IEF”.
A investigação também apura o possível recebimento de vantagem ilícita pelo coordenador do IEF de Passos por meio do escritório de sua esposa, para facilitar a obtenção de autorizações e regularizações ambientais para produtores e empreendedores que contratassem os serviços do escritório da mulher.
Sobre o desmatamento, a investigação já teria comprovado um caso e segue na tentativa de apuração de outros.