Coperlidere
RR MÍDIA 3
Próxima etapa

Arena MRV: Rubens Menin diz que alvará para iniciar edificação deve sair semana que vem

Documento era aguardado para a sexta-feira passada (14), mas não saiu; etapa de terraplenagem seguirá até novembro

22/08/2020 09h58
Por:

Por Itasat

Quatro meses após o início dos trabalhos no terreno onde será construída a Arena MRV, o Atlético vive agora a expectativa para conseguir um alvará junto à Prefeitura de Belo Horizonte (PBH) para começar uma nova etapa nas obras. De acordo com Rubens Menin, conselheiro do clube e um dos mentores na construção do estádio, o documento deve ser liberado até a próxima semana.

O alvará necessário para início da edificação do estádio era esperado pelo clube para a sexta-feira passada, dia 14 de agosto, mas não saiu. Em entrevista ao Estadão, Menin garante que não haverá atraso na obra. "O alvará deverá sair na próxima semana", afirmou. A previsão é de que a inauguração aconteça no segundo semestre de 2022.

Até o momento, o Atlético tem somente a licença de instalação (LI) do canteiro de obras, que foi dada pela PBH em dezembro do ano passado. Com o documento estão autorizados procedimentos de preparação do terreno, como, por exemplo, a realização de terraplenagem que, pelo cronograma, seguirá até novembro. A etapa teve início no dia 20 de abril. Desta forma, o clube tem pelo menos mais três meses para obter o alvará para iniciar a edificação.

A arena está sendo construída no bairro Califórnia, região Noroeste de Belo Horizonte, em terreno de 130 mil metros quadrados doado por Rubens Menin. Quando ficar pronto, o estádio terá capacidade para 46 mil pessoas e custará R$ 560 milhões. 

O estádio terá ainda uma esplanada com 19 mil metros quadrados, 68 camarotes, 40 bares e 2,4 mil vagas de para veículos. Os recursos para a obra vão sair da venda de metade da participação que o Atlético tem em um shopping construído em terreno que pertencia ao clube, no bairro de Lourdes, em um total de R$ 300 milhões, e de financiamento que será pago com recursos gerados da entrada do estádio em funcionamento.

A conta tem ainda R$ 60 milhões em direitos pagos pela MRV para colocar o nome no estádio. "Temos um contrato de 10 anos que pode ser renovado por mais cinco", relatou Menin. O empresário afirma que a empreiteira não terá participação na administração da arena, o que será feito por uma empresa criada especificamente para isso. Menin explica, no entanto, que participará do conselho de gestão do estádio.

O empresário conta que a ideia de ajudar na construção de um estádio para o Atlético surgiu em viagem que fez a Portugal em 2013, depois de acompanhar a derrota do time no Mundial de Clubes da Fifa, no Marrocos, competição em que o time brasileiro perdeu para o clube local Raja Casablanca por 3 a 1, em Marrakesh, e não avançou para a final da disputa.

Em Portugal, Menin foi convidado para conhecer a Arena do Dragão, do Porto. "O presidente do clube mostrou a importância de se ter um estádio próprio, com todos os recursos que isso gera. Um time, se quiser ser grande, não pode ser grande sem ter um estádio próprio. Nenhum time do mundo consegue isso. A partir daí, começamos a pensar nisso", contou Menin. "O que penso é que será algo que ajudará uma entidade de 9 milhões de torcedores".

Empresário menos poderoso, mas também fanático pelo Atlético, o dono do principal bar reduto de torcedores do clube em Belo Horizonte, Salomão Jorge Filho, de 50 anos, segue na mesma linha de raciocínio de Menin e avalia que o estádio vai levar o clube a outro patamar no cenário do futebol brasileiro. "Não vai ser só um lugar para partidas de futebol. Vai ter shows, outros tipos de apresentações. Isso vai aumentar os recursos do time. É um passo a mais para o time, ter um estádio ultramoderno", disse

O Atlético já chegou a ter um estádio. Se chamava Presidente Antonio Carlos, tinha capacidade para 5 mil pessoas e ficava no terreno em que hoje existe o shopping center no qual o clube tem participação. O campo foi inaugurado em 1929. O local funcionou até 1968 e ficou obsoleto com a inauguração do Independência, que hoje tem capacidade de 23 mil pessoas.

Um dos frequentadores do estádio Presidente Antonio Carlos era o hoje bancário aposentado Braz Filizzola Neto, de 77 anos. Ostentando duas de suas principais relíquias - um álbum de figurinhas dos jogadores do clube em 1950 e uma camisa da equipe autografada por jogadores do time campeão do Campeonato Brasileiro de 1971, - Braz acredita que o novo estádio será um orgulho para o torcedor atleticano. "Vai trazer uma identidade ainda maior para o time, além de ajudar no caixa", avaliou.

Desde 2012, o Atlético vinha mandando a maior parte de seus jogos no Independência, que pertence ao América. Neste ano, o presidente Sérgio Sette Câmara fechou um acordo com a Minas Arena para atuar no Mineirão em dez partidas seguidas.