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Em Juiz de Fora

Mineiro que ajudou a procurar pela ex-mulher após matá-la é condenado a 23 anos de prisão

Condenado, que estava detido desde 16 de agosto de 2019, quando a prisão temporária foi convertida em preventiva, não poderá recorrer em liberdade

28/08/2020 09h09
Por:

Por Itasat

O mineiro Jaime Tristão Alves foi condenado pelo Tribunal do Júri de Juiz de Fora a 23 anos de prisão em regime fechado por homicídio qualificado (feminicídio) pela morte e ocultação do corpo da ex-mulher. 

O juiz Paulo Tristão Machado Júnior, que apesar do sobrenome parecido não tem parentesco com o réu, foi quem atribuiu a pena ao condenado durante audiência realizada nessa quarta-feira (26). 

O juiz destaca que a conduta do condenado foi reprovável, já que ele tentou forjar falsos álibis, indo dormir com os filhos na noite do desaparecimento e saindo com amigos no dia seguinte.

O condenado foi caracterizado pelo magistrado como uma pessoa de "personalidade fria, dissimulada, manipuladora e mentirosa, pois se encontrou e se divertiu com amigos, antes e depois de matar a vítima. 

Alves deverá cumprir 21 anos de prisão pelo crime de homicídio qualificado e mais 2 anos pelo crime de ocultação de cadáver. A decisão é passível de recurso.

Suspeito

O condenado, que estava detido desde 16 de agosto de 2019, quando a prisão temporária foi convertida em preventiva, não poderá recorrer em liberdade.

Processo

Segundo o Tribunal de Justiça de Minas, Jaime Tristão Alves foi casado com Cláudia Paiva Rezende, com quem tinha dois filhos ainda adolescentes.  Eles se separaram em 2017, mas residiam no mesmo imóvel. De acordo com os autos, o relacionamento era conturbado, pois o homem tinha crises de ciúmes.

Ainda segundo a denúncia, Alves exigia que a ex companheira mantivesse relações sexuais com ele. Caso contrário, ele pararia de sustentar os filhos.  

As ameaças se seguiram até que, em meados de julho de 2019, a mulher desapareceu. Jaime ajudou nas buscas iniciais pelo corpo, mas, quando foi apontado como possível suspeito do homicídio, ele se escondeu em uma casa alugada no município vizinho.

O corpo da vítima ficou cinco meses e quatro dias escondido em uma mata fechada da cidade, sendo encontrado em estágio avançado de putrefação, o que impossibilitou a identificação da causa da morte.

A vítima foi vista pela última vez entrando no carro do acusado. Minutos antes, ele havia entrado em contato com ela pelo celular. No carro e no casaco de Jaime foram encontrados traços de sangue da ex-esposa.