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Queda de braço

Após primeira tentativa suspensa pela Justiça, Colégio Militar retoma aulas presenciais em BH

Retorno foi anunciado ontem depois de decisão favorável do Tribunal Regional Federal da última terça-feira

02/10/2020 09h26
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Por EM

Os alunos da unidade de Belo Horizonte do Colégio Militar, instituição administrada pelo Exército Brasileiro, voltam hoje às salas de aula, em meio a uma batalha jurídica pela reabertura. Por meio de nota, o Centro de Preparação de Oficiais da Reserva e a instituição de ensino informaram que o revezamento dos alunos será mantido, e que as aulas serão retomadas “de forma gradual e segura (...), seguindo um planejamento minucioso e atendendo aos protocolos sanitários previstos no contexto da pandemia da COVID-19”. Hoje, a instituição abriu as portas para estudantes do 8º e 9º ano.

A aluna Isabella Nascimento, de 15 anos, voltou apreensiva. "Não acho que é o momento para voltar devido a situação da pandemia no país. Mas, acho que o colégio está tomando todos os cuidados", disse a aluna do 9º ano.

Caio Arthur Lima Domingues, de 14 anos, está no 9º ano do ensino fundamental e ansioso para o primeiro dia. "Já passou da hora, tem que voltar! Não sá mais pra ficar em casa. Mas, foi avisado muito de última hora", disse. Ele conta que se sente seguro: "confio no colégio", completou. Ele ainda afirmou que sente falta dos colegas que não encontra desde de março e está animado.

Ontem, as famílias dos alunos receberam um comunicado com orientações sobre as medidas de proteção que os alunoas devem adotar para evitar a infecção pelo coronavírus, como usar máscara (e levar uma reserva), manter distância de 1,5 metro entre os colegas. A instituição também informa que haverá aferição de temperatura na entrada e saída das aulas e disponibilização de álcool em gel. Contato físico e empréstimos de materiais escolares, garrafas d'água e maquiagem também estão proibidos aos estudantes.

Ainda segundo a instituição, a página para as aulas pela internet vai continuar disponível para os estudantes que, “por motivos justificados, não puderem comparecer ao colégio”. O comunicado também informa aos pais ou responsáveis que ainda será divulgada a programação do retorno dos anos escolares para a semana que vem, entre os dias 13 e 16 de outubro.

Mãe de um aluno do 8º ano, Cristiane Rodrigues comemorou a decisão que determina a volta. "A expectativa é que agora as aulas presenciais voltem de vez. A volta é importante, já passou da hora", comentou. 

Já Maria Eduarda Benevenuto, de 16, está no 9º ano. "Eu estou com saudades dos meus amigos, mas acho que não tem necessidade de voltar. Já estamos no final do ano e estavamos tendo aula on-line, que estava funcionando muito bem", disse. A volta precisará ser sem abraços: "infelizmente, mas animada para vê-los", acrescentou.

Ela acredita que o colégio está bem equipado. "A cantina está fechada, cada um com sua garrafa de água para não usar o bebedouro e as salas adaptadas", disse Maria Eduarda.

Na última terça-feira, a 6ª Turma do Tribunal Regional Federal da 1ª Região acatou recurso da União (que representa o Colégio Militar, visto que a instituição de ensino é administrada pelo Exército e, portanto, vinculada ao governo federal). A decisão suspendeu os efeitos de uma liminar requerida pelo Ministério Público Federal (MPF), que barrava o retorno das atividades presenciais.

Há pelo menos duas ações que tentam impedir a retomada das aulas presenciais na escola do Exército. Uma é movida pelo MPF e a outra pelo Sindicato dos Trabalhadores Ativos, Aposentados e Pensionistas no Serviço Público Federal em Minas Gerais (Sindsep-MG). (Colaborou Cristiane Silva)

Relembre

Em 16 de setembro, o Colégio Militar da capital anunciou que retomaria as aulas presenciais, suspensas desde 18 de março. O juiz Willian Ken Aoki atendeu o pedido do Sindsep-MG, suspendeu a abertura do colégio e estabeleceu multa em caso de desobediência.

Mesmo com a imposição da Justiça Federal, a instituição de ensino abriu as portas em 21 de setembro, mas interrompeu novamente as atividades da unidade, que fica localizada no Bairro São Francisco, Região da Pampulha.

A decisão que favoreceu o sindicato foi derrubada pelo desembargador Jirair Aram Meguerian na sexta-feira (25), mas logo em seguida, a 3ª Vara Cível acatou um outro pedido feito pelo MPF e decidiu manter as aulas presenciais no colégio suspensas.