Por Itasat
A viúva do candidato a vereador na cidade de Patrocínio Cássio Remis, a pedagoga Nayara Queiroz Remis, fez nesta terça-feira um duro pronunciamento em audiência da Comissão de Segurança Pública da Assembleia Legislativa de Minas.
Cássio foi assassinado a tiros após fazer uma live no dia 24 de setembro perto da Secretaria de Obras de Patrocínio. Na transmissão, Cássio relatava o que considerava uso ilegal do dinheiro público em uma obra em uma avenida da cidade. Ele foi morto por Jorge Marra, então secretário de Obras e irmão do prefeito.
Nayara Queiroz Remis disse que, pela dinâmica do crime, o assassinato foi premeditado e não legitima defesa. “Ninguém atira duas vezes na cabeça para se defender. Segundo informação da delegada, esses três tiros quando ele estava caído ainda não havia tirado a vida do meu marido e como ele [Jorge Marra] viu que ele [Cássio Remis] ainda estava vivo, voltou e deu mais dois tiros, a menos de 30 cm. Então ele executou. Mesmo caído e com os três primeiros tiros ele não estava morto e pediu ‘pelo amor de Deus, não me mata’.”
A viúva ressaltou ainda que o tempo entre a saída de Jorge da prefeitura até a chegada no local da live foi muito curto, o que reforça a possibilidade de que o assassinato tenha sido premeditado.
“O assassino saiu do gabinete do prefeito e foi logo em seguida tomar o celular do meu marido, questão de 5 minutos. Então a gente tem a consciência de que pode ter sido alguma coisa premeditada, porque ninguém chega tão nervoso simplesmente por uma live, que tinha um minuto de duração apenas. Ainda não tinha conteúdo suficiente para deixar alguém tão nervoso."
Nayara ainda disse que teme pela vida e declarou na Comissão que o celular do marido, que foi tomado pelo assassino, continha denúncias arquivadas de irregularidades em Patrocínio.
“Se mataram o Cássio, que era um agente público, quem é a Nayara? Eu sei do que havia no telefone dele. O alvo principal, que era o tomar o telefone, não era simplesmente pela live, naquele telefone continha denúncias, documentos e informações que eles sabiam que poderia prejudicá-los.”