Por Itasat
O papa Francisco enviou nessa quinta-feira (19), uma mensagem para os participantes de um seminário virtual sobre a América Latina na qual analisa os desafios da pandemia vividos pelos latino-americanos e faz um apelo contra a corrupção.
Para o pontífice, a corrupção, inclusive dentro da Igreja Católica, precisa ser combatida porque é como uma "lepra" que adoece e mata o Evangelho. "É hora de colocar o traço distintivo daqueles que foram eleitos por seus povos para governa-los a serviço do bem comum e não de o bem comum ser colocado a serviço de seus interesses", pediu.
O apelo foi feito em um vídeo destinado aos participantes do seminário virtual "América Latina: Igreja, papa Francisco e os cenários da pandemia", promovido pela Pontifícia Comissão para a América Latina (CAL), pela Pontifícia Academia das Ciências Sociais e pelo Conselho Episcopal Latino-americano (CELAM).
"Todos nós conhecemos a dinâmica da corrupção que vai nessa direção. E isto vale também para os homens e mulheres da Igreja, porque os eclesiásticos internos são uma verdadeira lepra", acrescentou o argentino.
Em sua mensagem, Francisco ressaltou que a emergência do novo coronavírus (Sars-CoV-2) não só evidenciou os problemas e as injustiças socioeconômicas já existentes, mas os agravou.
Segundo o religioso, isso é evidente quando se constata que nem todas as pessoas têm os recursos necessários para adotar as medidas essenciais de proteção contra a covid-19, como um teto para respeitar o distanciamento social, água e produtos sanitários para se higienizar e desinfetar os ambientes, além de um trabalho seguro.
"A pandemia tornou ainda mais visíveis as nossas vulnerabilidades preexistentes", confirmou o pontífice, citando a degradação do meio ambiente e os incêndios que destruíram diversas regiões, como o Pantanal e a Amazônia.
Diante dos efeitos devastadores da pandemia, o líder da Igreja Católica aproveitou para pedir propostas criativas para aliviar o peso da crise sanitária, sobretudo sobre os mais vulneráveis.
"A pandemia nos mostrou o melhor e o pior dos nossos povos e o melhor e o pior de cada pessoa. Agora, mais do que nunca, é necessário retomar a consciência do nosso pertencimento comum. O vírus nos lembra que o melhor modo de cuidar de nós é cuidar de quem está ao nosso lado", reiterou.
Além disso, Jorge Bergoglio lembrou que a América Latina combate outros males sociais, como a falta de trabalho, terra e trabalho, aos quais se acrescentam a corrupção.
O santo padre ainda afirmou que, "diante deste tenebroso panorama, os povos latino-americanos nos ensinam que são povos com alma que souberam enfrentar com coragem as crises e souberam gerar vozes que, clamando no deserto, abriram caminhos para o Senhor".
"Por favor, não deixemos roubar a esperança! O caminho da solidariedade como justiça é a melhor expressão de amor e de proximidade. Destas crises podemos sair melhores", finalizou.