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Interpol

Líbano recebe pedido da Interpol contra brasileiro Carlos Ghosn

Após fuga espetacular, ex-chefe da Renault-Nissan, processado no Japão por crimes financeiros, está em residência com endereço desconhecido

02/01/2020 12h35
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Líbano recebeu um pedido de prisão da Interpol contra Carlos Ghosn, o magnata do setor automotivo que fugiu do Japão para Beirute - anunciou o ministro libanês da Justiça, Albert Sarhane, nesta quinta-feira (2).

"O Ministério Público (...) recebeu um alerta vermelho da Interpol sobre o caso Carlos Ghosn", disse Sarhane, citado pela agência de notícias oficial ANI.

Após uma fuga espetacular, o ex-chefe da Renault-Nissan, processado no Japão por crimes financeiros, chegou ao Líbano na segunda-feira (30), onde seu local de residência permanece desconhecido.

A Interpol não emite mandados de prisão e não pode iniciar investigações, ou processos, mas os países-membros e tribunais internacionais podem solicitar a publicação de "alertas vermelhos".

Esses avisos de busca internacional são baseados em mandados de captura nacionais, cujas informações são transmitidas aos outros membros por meio de um banco de dados seguro.

As autoridades libanesas já anunciaram que Ghosn entrou no país "legalmente", com um passaporte francês e uma carteira de identidade libanesa, segundo uma fonte da Presidência.

Já a Segurança Geral assegurou que nada impunha "a adoção de procedimentos contra ele", nem "o expunha a processos judiciais" no Líbano.

O ministério das Relações Exteriores do Líbano também lembrou que não há "acordos de cooperação judicial", ou de extradição com o Japão.

Ghosn, que chegou a ser o empresário mais bem pago no Japão, foi preso no final de 2018. Ele é alvo de quatro acusações no país: duas por sonegação fiscal, por não declarar seus reais rendimentos às autoridades da Bolsa, e outras duas por quebra de confiança agravada.