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Pandemia

Maioria dos hospitalizados por covid-19 na China tem sintomas seis meses após alta hospitalar

O problema mais comum foi fadiga e fraqueza muscular, relatado por 63% dos analisados

10/01/2021 09h01
Por:

Por Itasat

A maioria dos pacientes hospitalizados com a covid-19 no início de 2019 na China continua apresentando pelo menos um sintoma da doença, mesmo seis meses depois dos primeiros sintomas. É o que revela um estudo divulgado nessa sexta-feira (8), pela revista médica The Lancet.

Relatos de persistência dos sintomas e sequelas são comuns entre pacientes e já motivaram a criação de centros de reabilitação específicos para essas pessoas, o que mostra que ser um "recuperado" do novo coronavírus não significa necessariamente estar curado. Mas o trabalho de agora é o primeiro a traduzir em números esse impacto de longo prazo.

Os pesquisadores, liderados por Chaolin Huang, do Hospital Jin Yin-tan — de Wuhan, onde surgiu a doença —, avaliaram 1.733 pacientes diagnosticados entre janeiro e maio, com acompanhamento entre junho e setembro passados. A maior parte (76%) ainda apresentava pelo menos um sintoma após seis meses do diagnóstico. O mais comum foi fadiga e fraqueza muscular (63% dos pacientes), seguido de dificuldades para dormir (26%). Ansiedade e depressão foram reportados por 23% dos pacientes.

Aqueles que ficaram mais gravemente doentes no hospital apresentaram com maior frequência, depois de seis meses, a função pulmonar prejudicada e anormalidades detectadas em imagens do tórax, o que poderia indicar uma lesão de órgão. Somente uma pequena parcela (390 pacientes) passou por esses testes complementares para avaliar a função pulmonar. Entre eles aqueles que precisaram de ventilação (nível mais grave), 56% tiveram redução do fluxo de oxigênio dos pulmões para a corrente sanguínea. Entre os que precisaram de oxigênio, 29% tiveram esse impacto.

No Brasil

Para o pneumologista brasileiro Carlos de Carvalho, que participa de um estudo para identificar essas sequelas no longo prazo, mais trabalhos como esse vão ajudar não somente a orientar a reabilitação de pacientes como a tratar os que precisam ser hospitalizados. A pedido do jornal O Estado de S. Paulo, ele avaliou o estudo chinês e disse que os achados são muito relevantes. Os sintomas mais comuns relatados em Wuhan também são mencionados no Brasil.

O trabalho por aqui ainda está na fase inicial. A ideia é acompanhar, ao longo de um, ano 1,2 mil pacientes internados no Hospital das Clínicas de São Paulo. Segundo o médico, 10% da amostra começou a ser avaliada em dezembro. "Percebemos os pacientes um pouco mais queixosos do que esperávamos", relata Carvalho. Uma análise da Secretaria Municipal da Saúde de São Paulo em novembro apontou que até 40% dos curados da covid-19 têm sequelas.