Por Itasat
O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou uma ação civil pública contra a União e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (INEP), pedindo o adiamento das provas do Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM) no estado de Minas Gerais.
Por meio da Procuradoria Regional dos Direitos do Cidadão (PRDC), o órgão explicou na ação que as provas, que estão previstas para o dia 17 e 24 de janeiro, vão ser realizadas em um momento de agravamento das condições sanitárias impostas pela pandemia.
No processo, o MPF pediu o adiamento das avaliações até que haja condições sanitárias adequadas para a aplicação.
A ação do PRDC é fruto de vários pedidos de estudantes e pais para que o MPF requisitasse ao Ministério da Educação e ao INEP o adiamento das datas da avaliação.
“Os representantes manifestaram insegurança quanto à realização do exame em meio à chamada “segunda onda” de contaminações que vem assolando o Brasil e o estado de Minas Gerais nas últimas semanas, e apontaram a ausência de um plano concreto para execução de protocolos de segurança a serem adotados nos dias das provas”, relatou o órgão.
Argumentação
Para embasar o pedido à Justiça, o MPF utilizou os próprios números de infectados e mortos pela covid-19 da Secretaria de Estado de Saúde em Minas.
No documento, o órgão cita que, de acordo com o boletim epidemiológico publicado nesta quinta-feira (14), pela Pasta, o estado registrou 13.028 mortes devido a covid-19, sendo que 134 delas foram contabilizadas apenas nas últimas 24 horas.
O MPF lembra que o número representa um aumento de 4,4% no número de óbitos nos últimos sete dias. Foram confirmados, também nas últimas 24 horas, 8.694 novos casos da doença, um aumento de 6,5% nos casos confirmados em relação à semana anterior.
Dez regiões do estado estão na chamada onda vermelha, quando somente os serviços essenciais estão autorizados a funcionar. A macrorregião Norte-Noroeste está na onda amarela e apenas a macrorregião Triângulo Sul permanece na onda verde.
“O que se percebe é que, enquanto os Poderes Executivos estadual e municipal têm adotado medidas restritivas visando ao enfrentamento do agravamento da situação da pandemia em Minas Gerais, a realização de um processo seletivo que vai reunir milhares de pessoas em ambientes fechados vai em sentido contrário a todos os esforços empreendidos”, diz o procurador da República Helder Magno da Silva.
O Ministério público Federal lembra ainda que na última segunda-feira (11), entrou em vigor na capital mineira um decreto que determina o fechamento do comércio não essencial.
São Paulo
Mais cedo, o Tribunal Regional Federal da 3ª Região, sediado na capital paulista, manteve nesta quinta-feira (14), a liminar da Justiça Federal em São Paulo que negou o adiamento do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) no Estado.