Por Itasat
As competições de futebol seguem permitidas em Belo Horizonte, garantiu o prefeito Alexandre Kalil (PSD) e o comitê de enfrentamento à pandemia de covid-19. Nesta sexta-feira (12), eles anunciaram, em coletiva na sede da prefeitura, aumento das medidas de restrição para conter o avanço da pandemia de covid-19.
“O futebol não alterada nada do que está acontecendo na cidade de Belo Horizonte”, destacou Kalil. Para embasar a informação, ele citou estudos realizados ao longo de 2020 pela Confederação Brasileira de Futebol (CBF), que contaram com a participação do infectologista Carlos Starling, integrante do comitê da capital mineira.
"O risco de transmissão durante a realização de um jogo em campo foi absolutamente nulo. Não teve um caso de transmissão intra-campo. Os atletas que tiveram teste positivo, os vírus foram sequenciados e não houve qualquer relação com outros times. Não houve qualquer correlação entre a incidência de casos nas cidades e nos times de futebol”, ressaltou Carlos Starling.
Conforme o infectologista, a possibilidade de transmissão dentro de campo entre atletas é “absolutamente nula”. “Isso é compreensível porque o tempo de contato entre um atleta e outro não ultrapassa 1 minuto e 20 segundos [durante toda partida]. Esse 1 minuto e 20 segundos não é suficiente para permitir qualquer tipo de transmissão viral", pontuou.
"Nós sabemos que o risco é uma pessoa infectada e outra não, com contato entre 10 e 15 minutos, numa proximidade menor que 1 metro. Isso não acontece num jogo de futebol. É claro, se as medidas gerais das cidades, se houver uma restrição de mobilidade total que impossibilite essa prática, isso tem que ser observado”, completa.
Surtos ocorreram por desrespeito
Conforme Starling, nos casos em que foram registrados surtos de covid-19 dentro dos clubes, os casos ocorreram devido ao descumprimento de protocolos de isolamento social e não por causa da situação das cidades em que os jogos aconteciam.
"Nos times de futebol, os surtos que aconteceram foram por quebras de protocolo dentro dos próprios clubes. Isso não teve qualquer correlação estatística com o que estava acontecendo nas cidades”, destacou.