Por Itasat
O sistema de saúde na enfermagem mineira já está colapsado. A categoria está exausta porque todos os 213.077 inscritos no Conselho Regional de Enfermagem (Coren) estão dando o seu melhor, muitos trabalhando na linha de frente contra a covid-19, mas trabalhando sem piso salarial e sem qualquer padrão de descanso. Uma coletiva será feita nesta quarta-feira pelo conselho para apresentar a situação dos profissionais e falar sobre a atuação do governo estadual e municipal na pandemia.
De acordo com a conselheira do Coren, Ana Flávia Carvalho, o fechamento dos hospitais de campanha foi feito precocemente e prejudicou os profissionais de saúde.
“Fechar antes do tempo, sem pensar que essas cepas novas viriam, foi uma decisão talvez equivocada porque se hoje a gente tivesse os leitos disponíveis talvez seria mais uma questão de contratação. O fechamento antecipado, antes de ter a previsão de que a pandemia não ia acabar, e a gente tinha um exemplo do mundo porque ela não acabou no mundo, a gente antecipou e a gente acabou se afogando, o sistema de saúde está estrangulado, a gente não tem mais para onde correr.”
Ana Flávia acredita que o esgotamento dos profissionais dessa categoria esteja relacionado com a falta de um piso salarial, que muitas vezes obriga o enfermeiro a trabalhar em mais de um lugar.
“A gente não tem um piso e isso faz toda a diferença para que a gente consiga trabalhar muitas vezes em um emprego só, porque a gente tem enfermagem saindo de um lugar para o outro, com carga horária pesada, trabalhando aí 40, 60 horas semanais. A gente não tem um salário digno, não tem uma política de descanso digno e é algo que a gente precisa melhorar e que o Coren está de olho, está cobrando. Quando a gente tiver um piso e uma carga horária digna talvez a gente consiga ter uma profissão menos adoecida.”