Por Itasat
Enfrentar e vencer a covid-19 requer tempo e esse é um dos motivos apontados por especialistas para a permanência de internações nas UTIs ter aumentado. Em média, são cerca de 21 dias entre o acesso a terapia intensiva e a saída, porém há casos em que o período passou de 150 dias.
Ainda segundo os médicos, outra explicação para uma longa permanência é a mudança no perfil dos pacientes, já que agora há mais jovens intubados do que no começo da pandemia. Normalmente eles são mais saudáveis e fortes e resistem mais às complicações pela doença, durando mais tempo no local, ao contrário de pessoas com saúde mais vulnerável, que podem perder a batalha para a doença de forma mais rápida.
O médico intensivista e coordenador do CTI do Hospital das Clínicas, Thiago Bragança, explica sobre os tempos médios de internação. “O paciente com covid na forma grave [fica internado] entre duas, três semanas, em média. É um paciente que requer ventilação mecânica prolongada e a terapia intensiva. Esse tempo para CTI é considerado um tempo prolongado tendo em vista outras enfermidades que têm um tempo de internação mais curto. O tempo se reflete na enfermaria também, já que um paciente que ficou três semanas na UTI fica um tempo similar, às vezes até o dobro, na enfermaria, então isso prolonga muito a internação hospitalar.”
O médico explica que são necessários vários profissionais para a internação na UTI. “Nós precisamos ter para cada 10 leitos um fisioterapeuta, um médico plantonista, um médico rotina, um médico coordenador ou responsável técnico da unidade. Além disso é necessário um enfermeiro gestor e enfermeiro assistencial ou técnico de enfermagem para cada dois pacientes.”