Três policiais militares envolvidos na ação que resultou em uma morte em Heliópolis, na zona sul de São Paulo, no domingo (1º) foram afastados.
A Polícia Militar afirma que perseguia um suspeito. A atuação dos agentes na maior favela da capital paulista causou a dispersão de um baile funk que ocorria no local. Imagens divulgadas por moradores mostram PMs encurralando os frequentadores do pancadão em um beco estreito.
A gravação mostra dezenas de pessoas circulando em um beco. Em dado momento, o fluxo começa a andar rapidamente no sentido contrário até não ter mais para onde ir.
À frente do grupo, aparecem dois policiais militares e um deles desfere seguidos golpes de cassetete em pessoas que tentam se proteger; um terceiro policial se junta ao grupo. As agressões continuam até o grupo de pessoas conseguir se deslocar para trás e sair dali.
A operação em Heliópolis foi parecida com a que aconteceu em Paraisópolis no mesmo fim de semana, quando nove pessoas morreram pisoteadas.
A Secretaria da Segurança Pública (SSP) do Estado de São Paulo informou neste sábado (7) que o Departamento de Homicídios e de Proteção à Pessoa (DHPP), da Polícia Civil, realiza diligências para o esclarecimento dos fatos em Heliópolis.
Na quarta-feira (4), a Ouvidoria da Polícia informou que solicitou realização de perícia técnica para esclarecimento das circunstâncias em que a perseguição em Heliópolis aconteceu. O suspeito teria sido morto em uma troca de tiros.
A Ouvidoria também instaurou procedimento para apurar eventual abuso de autoridade e agressão no local. O órgão havia pedido à Corregedoria da PM o afastamento dos policiais envolvidos na perseguição e na dispersão da festa.
Outros casos
O caso em Heliópolis é um dos quatro que está sob análise da Ouvidoria diante de indícios de excesso na atuação policial. Os outros são: nove mortes em Paraisópolis; Três mortes que aconteceram na dispersão de um baile em Guarulhos, em novembro do ano passado; O ferimento que deixou uma jovem cega em um evento em Guaianases.