Por Redação
A pandemia da Covid-19 fez estragos na economia de diversas atividades econômicas e os clubes recreativos não escaparam dessa situação. Desde março de 2020, as incertezas e restrições provocadas pelo coronavírus provocaram o desequilíbrio financeiro e até o fechamento como foi o caso do Huracan em Sete Lagoas. Agora, o Clube Náutico apresenta informações do balanço contábil ressaltando que a conta não fecha e, por isso, o apoio do associado se torna ainda mais importante neste momento de crise.
O primeiro decreto restringindo o funcionamento do Náutico foi publicado pela Prefeitura de Sete Lagoas no dia 17 de março do ano passado. Após essa data foram seis meses sem nenhum sócio passar pelas roletas da portaria. Naquele momento, o Clube tinha cerca de 3.200 sócios em dia com sua mensalidade, atualmente são apenas 1.469, uma prova incontestável quanto aos efeitos negativos da pandemia.
Nos primeiros meses da pandemia, para evitar a demissão de funcionários, o Náutico aderiu ao Programa Emergencial de Manutenção do Emprego e da Renda criado pelo Governo Federal que garantia até 70% da folha salarial. “Foi um grande apoio que permitiu, naquele momento, a redução da mensalidade para R$ 150,00. Porém, essa proposta do governo foi encerrada em outubro. Há mais de seis meses, o clube é responsável pelo pagamento de toda folha salarial. “Ficou impossível manter esta redução”, explica Sebastião Souza, o Tião, Presidente do Náutico.
“Atualmente, o Náutico tem 100 funcionários que geram um custo mensal em média de R$ 300 mil. Somente nos três primeiros meses de 2021 foram quase R$ 1 milhão investidos em folha de pagamento, tributos trabalhistas e benefícios como plano de saúde e odontológico. Fizemos um corte de quase 15% no corpo de funcionários, não houve alternativa. Não dá para passar disso, a estrutura do Náutico é enorme e precisa dessa mão de obra permanente que mantém diversos setores. Ninguém imaginava que esta fase mais restritiva fecharia o clube outra vez”, esclarece Amilton de Matos Duarte, Vice-Presidente Administrativo.
“Atualmente, o Náutico mantém em média 40 colaboradores em atividade, alguns estão em férias e outros em home-office com disponibilidade para o revezamento presencial.
O enxugamento de gastos é total e mesmo assim, devido à queda de arrecadação, a conta não está equilibrada. No último mês de março, por exemplo, a diferença entre receitas e despesas gerou um saldo negativo de R$ 82 mil. O clube está pronto para receber o associado com excelência, mas infelizmente não temos autoridade para reabrir. São decisões para conter a pandemia e não o Náutico, mas a maioria das atividades devem acatar”, comenta Tião Souza.
“Além da manutenção diária como limpeza geral, retoques em estruturas diversas e tratamento de piscinas, apenas obras de acessibilidade estão em andamento dentro do Clube. Isso porque as adequações são objeto de um acordo firmado junto ao Ministério Público. “Temos que concluir todo o projeto de acessibilidade até o fim desde ano. É um cronograma abrangente que está transformando o Náutico em modelo para todo o país”, destaca Amilton Duarte.
“A diretoria mantém as contas abertas para conselheiros e qualquer interessado. Os números estão disponíveis em balanços mensais e reforçam a necessidade de apoio dos associados neste momento complicado. Assim que Sete Lagoas for recolocada na fase menos restritiva pelo Governo do Estado e pela Prefeitura as portas do Náutico estarão abertas. Nosso maior desejo é receber aos associados novamente e para isso estamos mantendo o clube em perfeitas condições”, reforça Tião Souza.