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Investigação

Caso Lorenza: promotor de Justiça deve ser indiciado por morte da esposa em BH

Ministério Público convoque a imprensa nesta sexta-feira para informar conclusão e os detalhes do inquérito que investiga o caso

30/04/2021 09h39
Por:

Por Itasat

A defesa do promotor de Justiça André Luis Garcia de Pinho encaminhou à Justiça, na tarde desta quinta-feira (29), o requerimento de revogação da prisão temporária. 

O servidor público está preso há quase um mês por suspeita de envolvimento na morte da esposa Lorenza Maria Silva de Pinho, de 41 anos. Conforme apurado, o promotor deve ser indiciado pela morte da companheira. 

A expectativa é que o Ministério Público convoque a imprensa nesta sexta-feira para informar conclusão e os detalhes do inquérito que investiga o caso. 

No requerimento enviado à Justiça, a defesa do promotor afirma que o laudo da necropsia do Instituto Médico Legal (IML) indicou como causa da morte de Lorenza asfixia por causa da ação da intoxicação exógena e ação contundente e cervical. A defesa afirma ainda que não se verificou causa de óbito de caráter violento. 

O advogado Robson Silva, que defende o promotor, afirma que não foi mencionada na necropsia circunstâncias indicativas da prática de homicídio. 

“Nós submetemos esse laudo ao exame de um perito bem renomado. No laudo, os peritos mencionam que foram encontrados dois achados de hematomas, sendo um na região cervical e outro na região torácica. Eles se referem a infiltrados hemáticos. Esses infiltrados hemáticos são absolutamente compatíveis com os procedimentos que foram levados a efeito pelo médico socorrista que foi até a residência da Lorenza fazer o atendimento dela. Ele estabelece que o médico, na tentativa de fazer a reanimação do paciente, realiza manobras cardíacas”, alega. 

O defensor continua: “Ele (médico) chegou a fazer duas tentativas de intubação. As lesões que constam na conclusão do laudo seriam só na região cervical. O fato é que o osso hióide, aquele ossinho que temos na região da garganta, e a cartilagem da traqueia permaneceram íntegras. Não tem lesão, não tem fratura, não tem nada. Se houvesse esganadura ou estrangulamento, a primeira coisa que seria afetada seria esse ossinho”. 

O advogado Robson Silva reafirma que não há indícios de crime. “Todas as lesões são internas, sendo de dentro para fora. Isso demonstra claramente que a conclusão do laudo do IML no que diz respeito a possível causa da morte como uma ação contundente cervical é manifestamente equivocada”, garante.

Caso o promotor seja indiciado pela morte da esposa Lorenza, o advogado afirma que a defesa vai contestar a decisão. “Certamente, se houver um oferecimento de denúncia, com acusação da prática de homicídio, nós vamos combater severamente a conclusão do laudo”, afirma.