Por Itasat
A vacinação contra covid-19 alivia a sociedade. No Brasil, a imunização, conduzida pelo Ministério da Saúde com repasse de doses às cidades, ainda não está disponível para todos, mas idosos e profissionais da saúde, por exemplo, já foram contemplados. Classificada como essencial pelos especialistas, a proteção, no entanto, não é 100%.
A informação não é de hoje. Desde a divulgação dos testes clínicos dos imunizantes — são usados no Brasil Coronavac, AstraZeneca/Oxford e Pfizer— foi alertado sobre a possibilidade de infecção por covid-19, mesmo após duas doses. Hospitais de cidades brasileiras têm registrado internações de pacientes vacinados contra o vírus. Em alguns casos, tratamentos intensivos são demandados.
O obstetra Renato Kalil, em vídeo divulgado nas redes sociais, pede que os vacinados “não abusem” com fim das medidas de prevenção ao vírus. “Tem muito paciente internado que foi vacinado, com a imunização completa. Não é porque tomou vacina que vai sair sem máscara, quebrar as regras do distanciamento social”, pontuou.
Infectologista e integrante do Comitê de Enfrentamento à Covid-19 em Belo Horizonte, Estevão Urbano explica os motivos das internações após a segunda dose. Segundo dele, as variantes podem ser causa. “Em algum patamar, acaba fugindo à imunidade conferida à vacina que foi confeccionada contra a cepa original”, ressaltou.
“Como no Brasil a maioria das cepas que circulam são variantes, é muito importante que as pessoas entendam que, apesar da segunda dose, há risco de adoecimento, inclusive grave. Por isso as medidas sanitárias devem ser mantidas com rigor”, explicou.
Outra explicação está relacionada ao tempo de incubação do vírus. O paciente pode ter contraído o coronavírus antes da aplicação da segunda dose. Nesses casos, sintomas da covid-19 vão se manifestar próximos ao complemento da imunização.
Segundo a médica sanitarista Ana Freitas Ribeiro, do Instituto de Infectologia Emílio Ribas, em São Paulo. “É possível que mesmo vacinada a pessoa desenvolva quadro de covid-19 e, em situações mais raras, casos graves”, destacou.
“A gente sabe que as vacinas podem não estar protegendo a infecção, mas, sim, o adoecimento e a gravidade. É mais raro ter quadro grave vacinado adequadamente, mas é possível. Por isso é fundamental manter as medidas de proteção mesmo nos vacinados”, completou Ribeiro.