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Seis anos depois

Quase 6 anos depois, cidades atingidas pela Tragédia de Mariana ainda buscam indenização

A Fundação Renova informou que tem até o dia 22 para efetuar o depósito

09/09/2021 09h16
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Por Itasat

A usina hidrelétrica Risoleta Neves, conhecida como Represa de Candonga, na cidade de Santa Cruz do Escalvado, foi uma barreira importante durante o rompimento da barragem de Fundão, em Mariana. Em novembro de 2015 a represa impediu que pelo menos 10 milhões de metros cúbicos de rejeitos atingissem o leito do Rio Doce. A pequena cidade de menos de 5 mil habitantes é uma das atingidas pela tragédia que pede indenização quase seis anos após o rompimento da barragem da mineradora Samarco. 

Gilmar Lima (PMN), prefeito de Santa Cruz do Escalvado, afirma que a cidade recebeu poucas medidas de reparação após a tragédia. “A tragédia aconteceu em 2015, até então eu estava no último ano do meu mandato, e pouquíssimas coisas aconteceram. Foi aí um convênio de R$ 400 mil tanto para Santa Cruz como para Rio Doce Depois, terminou meu mandato, e dentro dos quatros anos aí nada aconteceu na cidade de Santa Cruz do Escalvado.”

Primeira cidade a ser atingida pela lama depois de Mariana, Barra Longa tem menos de 5 mil habitantes. Procurador jurídico da prefeitura, José Geraldo Freitas, afirma que mais de mil imóveis na cidade foram atingidos e que muitos ainda não foram recuperados. “O município entende que tem direito e que todos os seus equipamentos públicos sejam recuperados e devolvidos a população de Barra Longa tal qual estavam em 5 de novembro de 2015. Praças, ruas, galerias que foram entupidas e que até hoje não foram reconstruídas e que atinge também os particulares, são 1.045 Imóveis estão sendo vistoriados, periciados e que foram danificados de certa forma e que precisam ser reparados, os seus proprietários serem indenizados.”

O procurador revela preocupação com a área da saúde. “A nossa preocupação em Barra Longa agora é com relação principalmente a saúde porque o acordo homologado para investimento no Plano Municipal de Saúde prevê o repasse de recursos por 24 meses e esse prazo vai se encerrar no final do ano que vem e tendo em vista a forma com que o setor foi impactado, a demanda crescente pela busca de serviços de saúde, é uma preocupação de como o município vai conseguir suportar essas despesas a partir do fim desse acordo com a Fundação Renova.”

Em nota, a Fundação Renova esclarece que o avanço das obras de reparação dos imóveis tombados em Barra Longa depende da realização de perícia determinada pela Justiça. A fundação reitera que não há nenhuma informação da perícia de risco de desabamento e afirma que Minas e Espírito Santo vão receber R$ 150 milhões em recursos compensatórios para investimentos exclusivamente em saúde. 

A Fundação Renova informou que tem até o dia 22 para efetuar o depósito. Desse valor, mais de R$ 7 milhões serão destinados a 36 municípios mineiros, entre eles Mariana, Santa Cruz do Escalvado e Governador Valadares, sendo R$ 200 mil para cada cidade.