Por Itasat
A Secretaria de Saúde de São Paulo afirmou, nesta sexta-feira (17), que a morte de um adolescente de 16 anos, que estava sendo investigada pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) como possível reação à vacina da Pfizer não teve relação com o imunizante. O óbito foi causado na verdade por uma doença denominada “Púrpura Trombótica Trombocitopênica” (PPT).
“A PTT é uma doença autoimune, rara e grave, normalmente sem uma causa conhecida capaz de desencadeá-la, e não há nenhum relato técnico até o momento que aponte este quadro como evento adverso pós-vacinação após primeira dose de uma vacina contra COVID-19 de RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer”, diz o governo em nota.
Nessa quinta-feira (16), a agência informou, que apurava o caso de um jovem residente de São Paulo que teve a morte “temporariamente associada ao processo de vacinação”. O Ministério da Saúde recomendou a interrupção imediata da vacinação contra a covid-19 em adolescentes sem comorbidades. Atualmente, apenas o imunizante da farmacêutica Pfizer é permitido para essa faixa-etária.
De acordo com a pasta, em média, 1.545 adolescentes apresentaram reações adversas à vacinação, sendo que 93% podem ter relação com a imunização feita por vacinas não recomendadas. Segundo a pasta, o número pode ser ainda superior, visto que novas atualizações podem ter ocorrido. A maioria dos efeitos adversos apresentados é leve.
Leia a nota da Secretária de Saúde de São Paulo na íntegra:
Secretaria de Estado da Saúde reuniu profissionais municipais e estaduais para discussão do caso; doença é causa provável do óbito
A Secretaria de Estado da Saúde concluiu nesta sexta-feira (17) o diagnóstico de doença autoimune em adolescente de 16 anos, que havia sido vacinada contra COVID-19 em São Bernardo do Campo e faleceu sete dias depois.
As análises técnicas indicam que não é a vacina a causa provável do óbito e sim à doença identificada com base no quadro clínico e em exames complementares, denominada “Púrpura Trombótica Trombocitopênica” (PPT).
A PTT é uma doença autoimune, rara e grave, normalmente sem uma causa conhecida capaz de desencadeá-la, e não há nenhum relato técnico até o momento que aponte este quadro como evento adverso pós-vacinação após primeira dose de uma vacina contra COVID-19 de RNA mensageiro, como é o caso da Pfizer.
A análise foi feita de forma conjunta por 70 profissionais reunidos pela Coordenadoria de Controle de Doenças e do Centro de Vigilância Epidemiológica.
Participaram especialistas em Hematologia, Cardiologia, infectologia e outros atuantes nos CRIEs (Centros de Referência para Imunobiológicos Especiais) do Estado.
Também contribuíram representantes dos municípios de São Bernardo do Campo, Santo André e São Paulo, além dos CIEVS (Centro de Informações Estratégicas em Vigilância em Saúde) estadual.
“As vacinas em uso no país são seguras, mas eventos adversos pós-vacinação podem acontecer. Na maioria das vezes, são coincidentes, sem relação causal com a vacinação.
Quando acontecem, precisam ser cuidadosamente avaliados”, explica o infectologista do CVE, Eder Gatti, que coordenou esta investigação e que atua também no Instituto Emílio Ribas.
“Os eventos adversos graves, principalmente aqueles que evoluem ao óbito, são discutidos com uma comissão de especialistas para se ter uma decisão mais precisa sobre a relação coma a vacina.
Quando um caso vem à tona sem que este trabalho esteja finalizado, cresce o risco de desorientação, temor, de rejeição a uma vacina sem qualquer fundamento, prejudicando esta importante estratégia de saúde pública que é a campanha de vacinação”, finaliza.
Pessoas com histórico de doenças autoimunes, ou seja, causadas por autoanticorpos, podem receber as vacinas contra COVID-19 disponíveis no país, e devem consultar o médico em caso de dúvida.
A rede de saúde está orientada quanto à conduta de imunização de todos os públicos por meio de Documento Técnico do Centro de Vigilância Epidemiológica (CVE).
O óbito da moradora de São Bernardo do Campo foi divulgado ontem de forma intempestiva pelo Ministério da Saúde em coletiva de imprensa. Os resultados da análise serão submetidos à Anvisa.
A adolescente foi imunizada sete dias antes com a vacina da Pfizer, a única que tem autorização da Anvisa para jovens de 12 a 17 anos. O óbito ocorreu no dia 2 de setembro.