Por Itasat
A partir desta segunda-feira (20), a produção de remédios contra o câncer pode ser suspensa no Brasil. A falta de recursos ainda afetará a produção de materiais para o diagnóstico da doença e atingir, segundo a Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear, mais de dois milhões de pacientes.
Um dos grupos mais prejudicados deve ser o de pessoas com câncer de tireoide, que dependem 100% do iodo radioativo, sob o risco de perder as chances de cura. O alerta é reforçado pela médica Cristina, diretora científica da Sociedade Brasileira de Medicina Nuclear.
A especialista demonstra preocupação com os estoques, garantidos até dia 27 de setembro. Ela explica que o grande gargalo está no fornecimento dos insumos. "A gente precisa pensar que nossos materiais não podem ser estocados, justamente devido à natureza radioativa deles. E o fornecimento desse material é semanal", explica.
Ainda segundo a médica, dentre os impactos da suspensão está o comprometimento do tratamento de quem sofre infarto, de quem luta contra o câncer ou precisa de diagnóstico de outros casos tão graves, que inclusive se agravaram na pandemia de covid-19, como o de embolia pulmonar.
"Como não teremos mais disponíveis os insumos radioativos, essa parcela da população não poderá iniciar ou dar sequência aos tratamentos de câncer que respondem bem aos tratamentos feitos pela medicina nuclear. Também não poderemos realizar os exames de diagnóstico necessário", explica.