Por Itasat
A Polícia Civil de Minas Gerais adquiriu aparelho para detectar bebidas adulteradas em poucos minutos. Anteriormente, a análise das bebidas poderia demorar dias. A compra do equipamento, que custou R$ 1 milhão, foi feita pelo Instituto de Criminalística com recursos do Fundo Estadual de Proteção e Defesa do Consumidor.
Conforme Renata Fontes Prado, perita criminal da Polícia Civil, a destinação de recursos foi aprovada após a contaminação da cerveja Belorizontina da Backer com dietilenoglicol e monoetilenoglicol que deixou dez pessoas mortas.
Com a falta do equipamento no estado, a Polícia Civil precisou recorrer ao Distrito Federal para análise das bebidas. “Assim que nós retornamos de Brasília, a gente montou um projeto pleiteando a aquisição do analisador de bebidas aqui para o nosso estado. O projeto foi aprovado e nós agradecemos imensamente a parceria e confiança do Ministério Público”, disse Fontes.
A perita explicou que o equipamento possui diversos módulos para análise de bebidas alcoólicas destiladas ou fermentadas e de bebidas não alcoólicas e gaseificadas. “São analisados parâmetros tais como PH, viscosidade, turbidez, teor alcoólico, dentre outros, que permitem em poucos minutos verificar se a bebida encontra-se dentro de parâmetros esperados”.
Antes de adquirir o aparelho, as análises das bebidas poderiam ocorrer de três a cinco dias, porém, agora, é possível chegar ao resultado em menos de três minutos. “Além da possibilidade de fazer esses exames em um curto período de tempo, é importante enfatizar que é possível fazer esse exame com um pequeno volume de amostra. Então isso é uma grande vantagem principalmente quando a gente fala em amostras forenses, porque nem sempre nós dispomos de grande quantidade de amostra”, destacou.
Segundo a perita, o aparelho ainda possui outros benefícios, como análise do teor de CO2 e de O2 presente, por exemplo, em uma cerveja. Inclusive, esse foi um dos motivos que fizeram a Polícia Civil ir em busca do equipamento. “E esses parâmetros são fundamentais para dizermos se aquela garrafa de cerveja foi violada ou não. Muitas vezes a garrafa está aparentemente fechada, mas ela foi previamente violada e isso é determinante no caso de exames forenses”.
De acordo com Renata Fontes, a análise de bebidas falsificadas ou adulteradas sempre existiu na Polícia Civil. “Isso faz parte do nosso trabalho, mas a gente tinha dificuldade em chegar a conclusões efetivas e, esse equipamento, sem sombra de dúvida, irá nos auxiliar a chegar a um resultado mais efetivo para uma investigação”.