Por Itasat
Um rumor de que o príncipe Mohammed Bin Salman estaria interessado em comprar o Cruzeiro tomou conta das redes sociais neste sábado (16) e agitou a torcida celeste. O herdeiro da Arábia Saudita comprou, no início deste mês, o Newcastle, da Inglaterra, por cerca de R$ 2,2 bilhões, o que tornou o clube em um dos mais ricos do mundo, e agora estaria interessado em investir em clubes do continente Sul-Americano, o que tornaria o Cruzeiro como o principal alvo do bilionário.
No início desta semana, o jornal Libero, da Itália, divulgou que Bin Salman, que controla o Fundo Público de Investimentos da Arábia Saudita, depois de ter adquirido o clube inglês estaria interessado em comprar o Inter de Milão, Olympique de Marselha e também um clube brasileiro, mas sem especificar qual seria.
O jornal esportivo mencionou também as boas relações entre o príncipe saudita e o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, como forte mediador para a negociação.
Neste sábado (16), o diário esportivo espanhol As fez uma especulação sobre quais clubes brasileiros poderiam interessar ao bilionário, e citou a equipe celeste de Belo Horizonte que atualmente enfrenta uma catastrófica crise financeira. "Há várias entidades no país que atravessam graves problemas financeiros e poderiam ser objeto de uma compra, como, por exemplo, o Cruzeiro", escreveu o As.
Contudo, a história ganhou força após o canal argentino 'TycSports' divulgar a informação em sua conta no Twitter. "Depois de sua chegada ao Newcastle com um investimento bilionário, o príncipe Mohammed bin Salman agora analisa a possibilidade de ampliar seu controle a outros clubes da Europa e também da América do Sul, com Brasil e Cruzeiro como principais favoritos", afirmou o 'TycSports'.
O que foi apurado:
Conforme apuração, a história teria sido apenas replicada pelo 'TycSports', de acordo com as informações divulgadas pelos jornais europeus.
Por se tratar de um fundo com muito capital, ele está na lista de possíveis compradores que a XP investimentos tem pra oferecer. Mas não existe conversa em andamento no momento.
O Cruzeiro conta com a XP para captar investidores interessados e todo o processo deve sair do papel a partir de janeiro de 2022.
Entenda se compra do Cruzeiro seria permitida:
O presidente da República, Jair Bolsonaro (sem partido), sancionou parcialmente, no início de agosto, o Projeto de Lei 5516/2019 que cria no país a Sociedade Anônima do Futebol (SAF). Com a sanção, o Cruzeiro já poderia dar andamento no processo de implantação, já que o Conselho Deliberativo aprovou a constituição do clube-empresa em assembleia também em agosto.
No entanto, Bolsonaro vetou dispositivos que implicavam em renúncia de receita por parte da União por entender que violaria a Lei de Responsabilidade Fiscal e a Lei de Diretrizes Orçamentárias.
Por 217 votos a favor, seis contras e um nulo, o Conselho Deliberativo do Cruzeiro aprovou a constituição da SAF. Com o clube enfrentando uma grave crise financeira, a mudança para Sociedade Anônima é vista por muitas pessoas de dentro da Raposa como a alternativa para salvar a instituição da falência.
Na prática, com a implantação da SAF, o Cruzeiro seria dividido em dois CNPJs: a associação esportiva e os eventuais investidores. A ‘Associação Cruzeiro’ seria detentora de 100% do capital social da Sociedade Anônima e manteria os ativos intangíveis, como por exemplo, os direitos desportivos e propriedade intelectual, que estão sendo avaliados economicamente.
A Associação Cruzeiro permaneceria então como acionista majoritária, com 51% do capital social. Atualmente, o clube detém 100%, mas poderá vender aos investidores até 49% da parte, “continuando como controlador da operação”. Caso uma transação de compra seja efetuada pelo príncipe Mohammed Bin Salman, ele poderia, portanto, adquirir 49% das ações do clube celeste.
No entanto, por conta de trâmites administrativos e jurídicos a transformação do Cruzeiro em clube-empresa só seria possível em janeiro de 2022.