Por Itasat
Quatro pessoas foram presas em Belo Horizonte nesta quinta-feira (4), suspeitas de fazerem parte de uma organização criminosa especializada em lavagem de dinheiro de outros grupos criminosos. Os mandados foram cumpridos durante a Operação Balaio de Palha, deflagrada pela Polícia Federal para apurar a conduta do grupo.
Também foram cumpridos nove mandados de busca e apreensão e outros de sequestro de bens e valores, todos expedidos pelo Juízo da 11ª Vara Federal de Belo Horizonte.
De acordo com a PF, a associação criminosa era especialista na constituição de pessoas jurídicas “fantasma” em nome de laranjas e em abrir contas bancárias em nome delas para que outros grupos criminosos efetuassem transações financeiras de recebimento e remessa de valores.
“Apurou-se que essa organização criminosa, sediada em Belo Horizonte, tinha clientes, doleiros, localizados na Bolívia, no Paraguai, e esses doleiros e outros clientes dessa organização criminosa movimentavam dinheiro em diversas atividades ilícitas”, disse o delegado Thiago Severo de Rezende, responsável pela investigação.
Dentre as atividades exercidas pelos grupos que utilizavam o esquema destacam-se o tráfico de entorpecentes, o contrabando e a extração ilegal de ouro.
Segundo a PF, a organização também atuava em parceria com doleiros de outros países usando as contas criadas para a prática conhecida como “dólar cabo”. Os responsáveis pelo esquema recebiam um percentual sobre os valores que passavam em “suas” contas.
Parte do dinheiro obtido com o crime foi utilizado pelos investigados para a abertura de uma empresa de produção de cigarros de palha. Eles também adquiriram imóveis e outros bens que foram ocultados e registrados em nomes de terceiros.
A investigação, que priorizou fatos ocorridos a partir de 2018, identificou até o momento 30 empresas que eram utilizadas no esquema, sendo que ao menos 24 “laranjas” serão ouvidos nos próximos dias.
A movimentação atípica detectada foi de mais de meio bilhão de reais, sendo que quase R$ 100 milhões foram movimentados em espécie.
Ainda conforme a PF, os responsáveis irão responder pelos crimes de organização criminosa, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e falsidade ideológica, além de outros que ainda poderão ser apurados. Somadas as penas podem chegar a até 31 anos de prisão.