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Coperlidere
Situação caótica

Apenas 8% dos circos de Minas voltam na reabertura econômica, e setor pede socorro

Representantes pedem apoio do poder público com verbas e fomento ao setor

08/11/2021 09h09
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Por Itasat

A magia das lonas coloridas, o cheiro de pipoca feita na hora, os palhaços, mágicos e malabaristas: este universo fantástico, que povoa a imaginação das pessoas e faz a alegria de crianças de todas as idades, pede socorro. Dos cerca de 70 circos que existem em Minas Gerais, somente seis retomaram as atividades, interrompidas devido à pandemia da covid-19. 

O relatório foi apresentado pela presidente da Rede de Apoio ao Circo, Sula Mavrudis. "A situação dos circos em Minas Gerais, assim como em todo o país, é bem caótica. As prefeituras não estão fazendo uma campanha de apoio ou criando um programa de apoio para volta das atividades artísticas", cobra.

Proprietário de um circo, Mário Vesque atua também como mágico e palhaço. Ele explica que vários atores tiveram que vender fantasias, veículos e demais ativos para ter o que comer durante a pandemia e agora não têm como retomar as atividades. 

"Artistas que foram para as casas deles e hoje não têm mais como voltar ao circo em que estavam. Está muito complicado. Se não tiver uma ajuda do governo para apoiar a volta do circo, será muito difícil. O que mais me entristeceu foi ver amigos meus vendendo os circos, seus sonhos", desabafa.

Sula Mavrudis fala sobre as dificuldades dos circos para se estabelecerem nas cidades. "A maioria negou atendimento assistência social às famílias circenses, muitas cidades não destinaram terreno, considerando que eles não eram cidadãos locais. É preciso uma campanha de sensibilização para que os gestores públicos entendam e busquem caminhos de apoio ao circo", pede.

Servidora da Fundação Nacional de Artes (Funarte), ligada ao Ministério da Cidadania, Ana Flávia Costa Oliveira fala sobre as ações em âmbito federal de apoio aos circos. "Temos ações de fomento, como o prêmio Funarte de estímulo ao circo 2021. O edital tem um aporte de quase R$ 2 milhões e vai contemplar 60 projetos", pontua

"Há também as ações de valorização da atividade, por exemplo a retomada do processo de reconhecimento dos cinco e da família circense como patrimônio imaterial, a publicação do mapeamento dos circos itinerantes e também a apresentação da campanha "Respeitável Circo"", explica.

Procurada pela reportagem da Itatiaia, a assessoria do governo de Minas Gerais disse, por nota, que promoveu várias medidas de apoio aos trabalhadores do circo. A mais recente, segundo o governo, é o edital da Lei Aldir Blanc no valor de R$ 9 milhões, sendo R$ 140 mil para cada um dos 64 projetos contemplados, incluindo o circo e artistas circenses.